O presidente Lula reclamou, ontem, em Passo Fundo, da burocracia na liberação de recursos, durante o lançamento da pedra fundamental da Indústria e Comércio de Biodiesel (BSBios). Segundo ele, "se não fosse a burocracia, ao invés de uma placa, já estaria inaugurando a usina". Para solucionar o problema, disse ter pedido à chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que estudasse uma forma de simplificar o sistema de financiamentos para o setor produtivo.
Embora não tenha falado em reeleição, o presidente foi recebido em clima de campanha por 2 mil pessoas. Mostrou-se otimista com o futuro do Estado, frisando que a crise vivida pelos gaúchos é "momentânea, fruto de estiagens". "O resultado dessa pedra fundamental ocorrerá em um ano, gerando emprego, produção agrícola e combustível novo."
Lula afirmou que o biodiesel será um programa maior do que o Proálcool, na década de 1980, e vai resolver um problema crônico da agricultura familiar, gerando renda nas regiões mais empobrecidas do país. Assegurou ainda que ajudará o produtor de soja, uma vez que vai garantir o mercado para a produção."Isso representa uma revolução para a agricultura e a indústria brasileiras." O presidente previu que o mundo vai se curvar diante do Brasil não só "no futebol ou no Carnaval", mas também quando tratar de energia renovável.
A empresa BSBios deve começar a produzir no primeiro semestre de 2007. Com um investimento de R$ 40,9 milhões do BNDES, a usina deverá produzir 100 milhões de litros de biodiesel/ano.
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Correio do Povo, 21/06/2006)