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2006-06-21
A integrante da Fundação Viver Produzir e Preservar, uma ONG com sede am Altamira, Paula Souza, que é contrária à construção da usina de Belo Monte, declarou ontem que o governo federal ainda não se manifestou de modo satisfatório sobre a construção de Belo Monte. “Até agora o que temos é um modelo de construção de Belo Monte baseado em estudos de gabinete feitos em 1989. Nestes moldes não queremos a usina”, disse Paula Souza, para quem o governo federal, depois de concluídos os estudos, deve fazer um debate profundo com a população sobre a real nescessidade de se construír uma usina hidrlétrica no rio Xingu.

Paula Souza também alertou que o governo precisa dar maiores e melhores informações sobre a usina para a população. “O grupo que faz a protesto alega que a barragem vai trazer desenvolvimento e empregos, mas até as crianças sabem como terminam os grandes projetos na Amazônia”, disse Paula.

Também cauteloso com relação à hidrelétrica, o deputado estadual Airton Faleiro, do PT, disse ontem na Assembléia Legislativa que o movimento de protesto pela construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte tem motivação política. Segundo o deputado, o grupo que organizou a manifestação está inconformado com a regulamentação e o ordenamento fundiário na região.

“Creio que, no momento, não há nescessidade de uma usina hidrelétrica na região, já que estamos bem servidos pela energia de Tucuruí”, completou Faleiro.

Outra justificativa apresentada por Faleiro é a visita do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, agendada para o próximo dia 22, em Santarém, data de aniversário do município. “Hà interesse em esvaziar os anúncios que o ministro fará, entre eles, o início do asfaltamento da rodovia Transamazônia no trecho Altamira-Medicilândia e a liberação de recursos para a recuperação de trechos da BR-163, a Santarém-Cuiabá”, disse Faleiro

O deputado federal Zé Geraldo (PT), também concorda que há interesse eleitoral no movimento em Altamira. “ Existe um setor que acha que a barragem é a salvação para Altamira, mas esquece que os grandes projetos, depois da fase de conclusão, deixam a população sem emprego e renda, já que a maioria dos técnicos empregados virá da capital e outras regiões do País”, disse Zé Geraldo.

O deputado lembrou que o presidente Lula já manifestou interesse em retomar o estudos para a construção de Belo Monte, mas o Ministério Público Federal ganhou liminar na Justiça suspendendo o início dos estudos de viabilidade técnica da usina. Mas o deputado acredita que mesmo depois de liberado e concluído o estudo de viabilidade, o governo deve dialogar com a sociedade do oeste do Pará.

O deputado acredita que a democracia permite a manifestação de diversos grupos e de opiniões anatagônicas, mas, no caso de Belo Monte, é preciso deixar claro que não há morosidade do governo federal e sim uma decisão judical que impede os estudos dos impactos ambientais e de viabilidade técnica da barragem. “O governo precisa respeitar todo o trâmite legal. Se o Ministério Público encontrou razão para impedir os estudos, cabe a ao governo federal responde a esta ação jurídica e retomar a ações de estudos”, finalizou Zé Geraldo.
(O Liberal, 20/06/2006)
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