Arrendamento de hotel trará benefícios ao Parque Nacional do Iguaçu
2006-06-21
O novo arrendamento do Hotel das Cataratas, situado no Parque Nacional do Iguaçu, deverá trazer benefícios à unidade, nas áreas de infra-estrutura e incentivo a projetos de pesquisas de conservação da biodiversidade. É o que prevê o edital de licitação lançado esse ano pela Secretaria do Patrimônio da União (SPU), órgão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e Ibama, gestor da Unidade de Conservação.
O hotel das Cataratas foi inaugurado em 1958 e é administrado pela Tropical Hotels & Resorts Brasil. Possui 203 apartamentos e situa-se a poucos metros das Cataratas do Iguaçu com média de ocupação superior a 80% durante o ano. De acordo com o edital, o ganhador da concorrência deverá investir pelo menos R$ 25 milhões no empreendimento. Desse total, cerca de R$ 6 milhões serão investidos em infra-estrutura e programa de pesquisas e monitoramento do Parque.
Um dos investimentos é a substituição da rede elétrica aérea por rede subterrânea nos dez quilômetros da BR-469, do portão do Parque até o espaço Porto Canoas. O valor estimado deste investimento é de mais de R$ 4 milhões.
Aproveitando-se as obras de implantação da rede subterrânea de energia elétrica e da recuperação da área atingida pelas obras, a arrendatária deverá construir uma ciclovia, à margem direita da BR-469, sentido Portão/Cataratas até o Porto Canoas. O valor estimado desse investimento é de quase R$ 1 milhão.
Outro ponto será a reforma e implantação do antigo portão de entrada. O local é utilizado para monitorar o ingresso de veículos de turismo e terá uma área de recepção dos hóspedes. O valor estimado deste investimento é de R$ 196 mil.
Projeto Carnívoros - O arrendamento dará ao Ibama a oportunidade de reativar o projeto “Carnívoros do Iguaçu”, desativado em 2001, após quatro anos de pesquisas na área do Parque Nacional do Iguaçu e seu entorno.
O projeto tem como objetivo a pesquisa e conservação de carnívoros silvestres e suas presas, tratando-se de um esforço conjunto entre o Parque Nacional do Iguaçu/Ibama, organizações não governamentais, pesquisadores e conservacionistas, na tentativa de salvar espécies de relevante valor ecológico, com ênfase na última população viável de onças-pintadas (Panthera onca) do sul do país.
Sob a coordenação direta do Parque Nacional do Iguaçu, o projeto propõe uma primeira fase com duração de três anos, que fornecerá dados sobre onde e como estão distribuídas as espécies estudadas, e uma segunda fase com mais sete anos, todas com avaliação anual.
Além das técnicas mais usuais, serão utilizados equipamentos de última geração para o monitoramento dos animais, através da capturas e colocação de rádio-colares com Sistema de Posicionamento Global (GPS) nas espécies pretendidas. O valor total do projeto por dez anos é de R$ 1,24 milhão.
De acordo com o chefe da unidade Jorge Pegoraro, as obras e o projeto de conservação seguem o Plano de Manejo da unidade. Segundo Pegoraro, o aterramento da rede elétrica diminuirá o impacto ambiental na área de Uso Público do Iguaçu. Já a reativação do Projeto Carnívoros do Iguaçu ajudará a proteger um dos últimos espaços viáveis para a sobrevivência dos grandes animais predadores das Américas.
(Ibama, 20/06/2006)
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