Rodízio de abastecimento pode começar no final do mês em Santa Maria
2006-06-20
A Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) solicitou à empreiteira
responsável pela construção da estação de bombeamento na barragem de Val de
Serra que apresse as obras. De acordo com o gerente da instituição em Santa
Maria, Eugenio Francisco Simioni, se elas ficarem prontas até o final deste
mês, o racionamento estará praticamente descartado. Se isso não ocorrer e
se a chuva continuar não caindo com força, ele admite a possibilidade de
que o rodízio de abastecimento seja implementado no município.
A chuva serviria para melhorar a situação da barragem do DNOS, abastecida
pelo Rio Vacacaí Mirim e responsável por 37% do abastecimento na cidade,
que até ontem se encontrava 9,7 metros abaixo do nível do vertedor, o seu
nível máximo. Segundo o gerente da Corsan, é difícil dizer quanta água
ainda resta, já que ela nunca havia baixado tanto. Sua estimativa é de que
restem ainda 60 centímetros de água, sendo que o nível da barragem desce em
média 5 centímetros por dia, com variações.
Simioni acredita que a água no local ainda possa durar por mais 13 ou 14
dias. “A garoa só atrapalha. Se eu pudesse escolher, ao invés de garoa eu
preferiria um dia bonito como o de hoje (ontem). Desse jeito, as obras em
Val de Serra andariam mais rápido.”
Está em construção na barragem de Val de Serra uma estação de bombeamento
que vai aumentar a vazão em 110 litros por segundo a vazão, que hoje é de
530. A previsão inicial da empreiteira é de que as obras ficassem prontas
na metade de julho, mas a Corsan solicitou que elas fossem apressadas, para
que pudessem ser aprontadas até o final deste mês. Uma nova adutora será
construída no local, possibilitando que Val de Serra abasteça 100% de Santa
Maria.
“Aqui reclamam quando falta água às vezes. Em Bagé, as pessoas já agradecem
quando há água por 6 horas”, diz o gerente. Segundo ele, o desperdício é
grande nos dias quentes. Ele afirma que evitar o racionamento depende hoje
“mais da população do que da Corsan”. A decisão pelo racionamento poderia
ter sido tomada no dia 11 de abril, quando o Instituto Nacional de
Meteorologia (Inpe) divulgou que as chuvas em maio continuariam pouco
freqüentes. Ter conseguido chegar até a metade de junho sem racionamento é
considerado por ele “um feito que deve ser enaltecido”.
Quem avistar hoje a parte mais a noroeste da barragem do DNOS, terá a
impressão de que se trata de uma pastagem. Sobre o barro, antes inundado,
já aparece uma rala cobertura vegetal. A casa que foi inundada quando do
enchimento da barragem já pode ser vista hoje por inteiro. Há cerca de um
mês, a água chegava nas suas janelas.
Conforme a meteorologista Elenir Trindade de Oliveira, do 8º Distrito de
Meteorologia, há previsão de que haja chuva hoje e amanhã, provocadas por
uma frente fria.
(Por Lucas Casali, A Razão, 20/06/2006)
http://www.arazao.com.br/noticias.php?cod=1857