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2006-06-21
Se os países da América Latina e do Caribe não trabalharem na redução do risco de desastres naturais estarão descumprindo as Metas de Desenvolvimento do Milênio da Organização das Nações Unidas, alertaram especialistas durante o VII Congresso Internacional sobre Desastres, realizado em Havana. “Avançamos na redução da mortalidade, mas o número de pessoas afetadas e as perdas econômicas associadas a cataclismos cresce”, disse Francisco Arias, coordenador do sistema da Organização das Nações Unidas em Cuba, perante especialistas de 27 países que estiveram reunidos entre 13 e 16 de junho.

Entre 1970 e 1999, aconteceram cerca de 900 desastres no continente americano, com um custo anual médio entre US$ 700 milhões e US$ 3 bilhões, 148 milhões de vítimas e oito milhões de moradias destruídas, entre outras perdas. No ano passado, o impacto direto ou indireto sobre Cuba, causado pelos furacões Dennis, Wilma e Rita, custou ao país mais de US$ 2,3 bilhões, segundo estimativas oficiais.

Um ano antes, a passagem do furacão Ivan causou à pequena ilha de Granada prejuízos no valor de US$ 889 milhões, mais do que o dobro de seu produto interno bruto de 2003. “Se os progressos do desenvolvimento são destruídos, cai a economia e aumenta a pobreza. O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) considera que se não levarmos em conta a redução dos riscos de desastres não alcançaremos os objetivos de desenvolvimento propostos para 2015”, acrescentou Arias.

Os oito objetivos aprovados em Nova York, em 2000, são: reduzir pela metade (em relação a 1990) a proporção de pessoas que vivem na indigência e sofrem fome; educação primária universal; promoção da igualdade de gênero; redução da mortalidade infantil em dois terços e da materna em três quartos, combate à propagação da aids (síndrome da deficiência imunológica adquirida), malária e outras doenças; assegurar a sustentabilidade ambiental, e criar uma sociedade global para o desenvolvimento entre o Norte e o Sul.

“O impacto dos desastres causa atraso. O que poderia ser investido em educação e saúde, passa a ser gasto em reconstrução”, disse ao Terramérica Linda Zilbert, especialista do Escritório de Prevenção de Crises e Recuperação do Pnud. Estudos do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) indicam que o aumento da degradação ambiental e da pobreza urbana nas últimas décadas agravou a vulnerabilidade da população latino-americana e caribenha, exposta a sofrer com maior rigor o impacto de furacões, terremotos ou inundações.

Daí a necessidade de incorporar a prevenção de riscos ao desenvolvimento sustentável com participação local e comunitária, envolvendo as organizações não-governamentais e grupos de cidadãos. O “desenvolvimento deve diminuir o risco por meio de uma redução da vulnerabilidade social, econômica e ambiental das populações e territórios ameaçados”, destacou o Pnuma em um relatório de 2003.

Para Zilbert, existe uma relação direta entre os riscos de desastre e o desenvolvimento. “Se ocorrem desastres é porque existem condições de risco, e é preciso reduzi-las”, disse a especialista, que expôs um projeto do Pnud para recopilar experiências nessa matéria, que começou com países andinos e depois se estendeu ao Caribe. A esse respeito, Zilbert e outros funcionários da ONU que participaram do Congresso concordaram que a “intervenção do homem” pode aumentar o risco de catástrofe.

“Há países com regiões que inundam todos os anos, mas se continua construindo nelas”, exemplificou Arias, representante em Cuba da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO). A esse respeito, Zilbert alertou que é mais fácil pensar que “o inimigo” é a natureza, em lugar de criticar os modelos de desenvolvimento. “Os desastres têm um elemento natural, mas também existe outro vinculado às condições em que vivemos”, insistiu.

Há cerca de dois anos o Pnud trabalha em uma rede intercultural entre os países do Caribe, para sistematizar, intercambiar e difundir iniciativas para criação de sistemas de alerta, capacitação em desastres, preparativos e reconstrução de moradias, entre outras práticas. “O desafio é converter tudo isso em ferramentas úteis para a região”, disse Zilbert. Por outro lado, recordou que gerir o risco e gerar medidas de adaptação implica um compromisso para transformar as condições que conduzem aos desastres e o trabalho compartilhado na área. “Se não trabalhamos de maneira integrada, as condições de risco não são reduzidas. Se as boas práticas e lições aprendidas não servem para melhorar a capacidade e gerar conhecimentos, não progredimos nada”, concluiu a especialista.
(Por Patrícia Grogg, Terramérica, 19/06/2006)
http://www.tierramerica.org/portugues/2006/0617/pacentos.shtml

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