Gota a gota, a situação da falta de água na cidade está se tornando cada
vez mais grave. Depois das casas das áreas mais altas e de algumas escolas,
o alvo agora é o Pronto-Atendimento do Patronato (PA). Nem os dois
reservatórios de 15 mil litros cada conseguiram salvar o PA. Ontem
(19/06), funcionários usavam soro e água destilada para lavar os aparelhos
da nebulização, tentando diminuir ao máximo o risco de contaminação.
- Fazemos o que podemos, mas há risco de propagação de uma infecção - diz a
enfermeira Márcia Poerschke.
- Examinamos um paciente que tinha um corte e tive de mandá-lo lavar em
casa - lamenta a enfermeira-chefe, Luciana Stefano.
O superintendente regional da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan),
Elias Pacheco, diz que não há como priorizar o abastecimento do PA, pois a
pressão da água está baixa na região do Patronato.
- Não desmerecendo o serviço do PA, só podemos dar essa prioridade na
distribuição da água aos hospitais e ao presídio - afirma Pacheco.
O vice-prefeito, Werner Rempel, diz que buscará uma saída para o problema do
PA:
- A Corsan é responsável pelo abastecimento e o PA é um local de atendimento
essencial.
Barragem do DNOS só teria água para mais sete dias
Com só 57 centímetros de água aproveitável na barragem do DNOS, as
torneiras secas não são uma exclusividade do PA. Depois de a Corsan
anunciar que a água só seria capaz de abastecer toda a cidade por 10 dias,
a cidade começou a fazer sua contagem regressiva - agora só resta uma
semana de água na barragem. Depois disso, 20% da cidade podem ficar com as
torneiras secas.
A direção da Corsan afirmou ontem que ainda não mudará o planejamento da
distribuição da água. Segundo Pacheco, a expectativa é de pancadas fortes
de chuva na quarta-feira. Se uma chuva que consiga levar água à barragem
não vier, ele admite fazer uma reunião para reavaliar a situação.
De acordo com a Central de Meteorologia, só deve chover 15mm de amanhã
(21/06) a domingo (25/06).
(Por Marilice Daronco,
Diário de Santa Maria, 20/06/2006)