MUDANÇA DA MATRIZ ENERGÉTICA BRASILEIRA PRECISA SER MELHOR ESTUDADA
emissões de co2
2001-10-05
Na avaliação do economista, o Brasil deveria começar já a alterar a sua estratégia em termos de matriz energética. Não só porque a dependência hidrelétrica (96% da fonte atual de energia brasileira provém desse recurso) já se mostrou insustentável frente às recentes mudanças climáticas (falta de chuvas no Centro Oeste e no Nordeste, principalmente), mas porque a mudança que está em curso (para termelétricas a gás natural e a carvão) também não são sustentáveis em longo prazo. De acordo com Knecht, mudar para gás natural apenas desloca o problema da dependência, já que os preços do gás são dados em dólar, pois trata-se de um insumo importado. - E uma desvalorização da moeda corrente, como é o caso do cenário atual, no Brasil, traz um custo energético ainda mais alto, observa. Além do mais, ainda no caso das termelétricas, existe um grande custo ambiental ainda não externalizado (mas que futuramente o será), sobretudo no que diz respeito àquelas movidas a carvão: o custo da geração de CO2. Por enquanto, o Brasil não está na lista dos países que precisam reduzir as emissões de CO2, segundo o acordo de Kyoto, mas não há certeza de que isso não seja necessário no futuro. Outro aspecto - este colocado por ambientalistas - que vai de encontro a utilização de termeletricidade a carvão diz respeito à qualidade desse insumo. No Rio Grande do Sul, a ONG Amigos da Terra apontou como perigosa a utilização de carvão na usina de Jacui I (ainda em construção), no município de Candiota, depois que levantamentos técnicos apontaram a existência de elementos radiativos como o cobalto na composição do carvão a ser empregado na usina.