EXEMPLO ALEMÃO ILUSTRA CUSTOS A SEREM CONSIDERADOS NUMA TRANSIÇÃO DE MODELO
emissões de co2
2001-10-05
Independentemente dos problemas de ordem técnica, um dos grandes impasses à difusão de energias renováveis é a falta de liquidez de governos de países em desenvolvimento. Na Alemanha, conforme Knecht, o governo federal aplicou US$ 50 milhões para incentivar o financiamento da compra de painéis fotovoltáicos para a população poder converter sua própria energia solar, nos últimos anos. Para os alemães, a mudança da matriz energética é, aliás, algo vital. Eles têm na energia nuclear 30% do total da disponibilidade energética, e no carvão, 20%. O problema é que a Alemanha, comprometida com o Protocolo de Kyoto, é obrigada a reduzir em 21% as suas emissões de CO2 até 2005, relativamente aos níveis emitidos em 1990. E o uso do carvão é um empecilho para essa meta. Além disso, em julho do ano passado, o governo estabeleceu um acordo com o setor nuclear para a desativação gradual das unidades de produção nuclear, de modo que, em função dos custos dessas usinas, comparativamente aos custos de outras formas de geração energética, elas se tornem inviáveis até 2023. Muito da redução de CO2, segundo o diretor da Fundação Alemã para o Desenvolvimento Internacional (DSE), Peter Pruefert, vem sendo obtido às custas do corte de produção, e, por isso, o desemprego já chega a atingir 30% da população economicamente ativa do país. Segundo Pruefert, a Alemanha, há alguns anos, tinha indústrias de produção de relógios, calçados, couros, e Berlim, por exemplo, era um centro de moda concorrente com Paris. - Hoje não temos muitas indústrias na Alemanha, lamenta ele, observando que, em compensação, o país está cumprindo satisfatoriamente as suas metas de reduzir o efeito-estufa, retirando aos poucos, do ar, o excesso de CO2 que produz e que causa o aquecimento global.