A extração de butiás é uma atividade econômica alternativa que há mais de
10 anos garante aumento na renda para dezenas de famílias da localidade de
Barranceira, em Laguna, no Sul do Estado. O comércio informal é feito às
margens da BR-101 e os negócios prosperam principalmente no Verão, quando o
grande número de turistas faz aumentar as vendas da fruta.
De acordo com o engenheiro agrônomo da Empresa de Pesquisa Agropecuária e
Extensão Rural (Epagri), Joel Gaspar, o Estado não participa diretamente do
cultivo do butiá com trabalhos de pesquisa ou orientação técnica, mas
alerta para a preservação da espécie.
- Os butiazeiros estão em uma área de restinga de preservação permanente e
por isso esclarecemos da proibição de desmatamento para utilização de outras
lavouras - observa.
São pelo menos 25 famílias que vivem entre Laguna e Imbituba e atuam na
venda do butiá para consumo in natura. Há um ano, o projeto Butiá,
idealizado por voluntários, trabalha com os agricultores para formar uma
organização da atividade. O preço do produto varia, mas em média o saquinho
com 300 gramas pode custar entre R$ 1 e R$ 2.
Nailton Silvério de 46 anos, trabalha na extração do butiá há 11 anos e nas
épocas de melhor movimento chega a faturar R$ 40 por dia negociando às
margens da BR-101.
- Entre dezembro e março, quando os turistas estão por aqui, é que temos
trabalho em dobro - diz o agricultor.
O butiá da região de Laguna começa a entrar no período da entressafra nos
próximos dias. Até setembro, os butiazeiros passam por um período de
renovação e em seguida começa a frutificação. Além da venda para consumo in
natura e a produção de sucos, a colheita do butiá também se destina à
fabricação de picolés em alguns fábricas artesanais da região.
(Por Marcelo Becker,
Diário Catarinense, 19/06/2006)