O Programa de Incentivo a Fontes Alternativas de Energia (Proinfa)
fará crescer a geração de energia no país em 914 megawatts (MW) até o
fim do ano, com a entrada em operação de 37 novas usinas. A informação é
de Sebastião Florentino da Silva, assistente da diretoria de Engenharia
da Eletrobrás e coordenador do programa. Ele afirmou que, das novas
plantas, 17 são de biomassa, dez de eólicas e dez pequenas centrais
hidrelétricas (PCH). De acordo com o executivo, já estão em
funcionamento as usinas de Coruripe (AL), movidas a biomassa, os parques
eólicos de Osório (RS) e Rio do Fogo (RN) e a PCH de Carlos Gonzatto
(RS), que totalizam 115 MW. Até o final deste mês, mais 14 plantas
entrarão em operação em todo o país: dez de biomassa (num total de 269
MW), duas eólicas (potencial de geração de 99 MW) e duas PCHs (21 MW no
total).
Aqui no Rio Grande do Sul, além de Carlos Gonzatto, que já está
operando, existem outros projetos de PCH, com possibilidade de geração
de 161,7 MW, segundo informa o secretário de Energia, Minas e
Comunicações, José Carlos Brack. Nesta fonte, os projetos do Proinfa são
os seguintes: Esmeralda (22,2 MW), Cotiporã (19,5 MW), Caçador (22,5
MW), Linha Emília (19,5 MW), São Bernardo (15 MW), Da Ilha (26 MW),
Jararaca (28 MW) e Carlos Gonzato (9 MW), funcionando desde 1º de abril.
Segundo Brack, o investimento em PCHs deve alcançar 100 milhões de
dólares. Já na energia eólica, além dos parques eólicos de Osório, que
juntos somam 150 MW, o Estado possui mais dois projetos em fase de
execução: um em Tramandaí/Cidreira (70MW) e outro em Palmares do Sul
(7,56MW). "No total, o Rio Grande do Sul contratou pelo Proinfa 220 MW
em energia eólica e 161,7 MW em PCHs, o que totaliza um acréscimo de 385
MW na geração de energia com fontes alternativas no Estado, informa Brack.
O engenheiro Sebastião Florentino não tem dúvidas de que, até o fim de
2007, o Proinfa terá praticamente atingido sua meta de gerar 3.300 MW.
Essa potência é equivalente ao somatório do produzido pelas usinas
nucleares de Angra 1 e 2 (2007 MW), acrescido da capacidade de Angra 3,
cuja construção está sendo estudada pelo governo federal. O executivo da
Eletrobrás não esconde que o programa enfrentou dificuldades para
deslanchar. "Houve problemas na obtenção de financiamentos e também com
questões ambientais. Hoje, porém, quase todas as dificuldades estão
superadas", assegura Florentino, acrescentando que apenas 150 MW, dos
3.300 MW previstos, enfrentam alguns problemas sérios.
(
Correio do
Povo, 18/06/2006)