Saciar a sede é a primeira utilidade que se imagina para água. Porém, há muitos outros usos, que devem ocorrer de maneira racional, sem desperdícios, pois esse elemento é fundamental para a sobrevivência. Por isso, será elaborado o Plano da Bacia do Caí, traçando o futuro da água na região, com a participação da comunidade. O projeto será lançado às 9 h da próxima quarta-feira (21/06), no Country Tennis Clube, em São Sebastião do Caí. O evento é aberto à comunidade e dá início a um trabalho que se prolongará por cerca de 20 meses.
O Plano permitirá que o governo e a sociedade conheçam a situação das águas da região. A integrante do Comitê Cai vereadora Isaura Viegas de Mattos (PMDB) apresentará o levantamento dos pontos críticos do Rio em Montenegro.
Ela se reunirá com a Diretoria Municipal do Meio Ambiente e a Patrulha Ambiental (Patram) para identificar os locais. Cita, como exemplo, lugares onde são jogados os esgotos da cidade. Isaura salienta a importância da elaboração do plano para evitar que a região fique sem água potável no futuro. "Temos água em quantidade, mas não com qualidade", analisa.
A partir da elaboração do plano, será possível identificar potenciais conflitos de uso, e ações para combater o problema, tornando a oferta e demanda de água compatível. Atualmente, as diferentes utilidades incluem abastecimento público, irrigação, diluição de esgotos, geração de energia, navegação, pesca, aqüicultura, entre outros.
Quando terminado e aprovado pelo Comitê Caí, um dos órgãos responsáveis pelo gerenciamento dos recursos hídricos, o documento fornecerá diretrizes para licenciamentos ambientais, outorga e cobrança pelo uso da água da região.
Cada habitante, como cidadão ou representado pelas diferentes entidades presentes na Bacia, terá a oportunidade de participar.
Estado investirá R$ 913.000,00
Para elaboração do Plano da Bacia do Rio Caí, serão utilizados R$ 913.000,00 provenientes do Fundo Estadual de Recursos Hídricos. Na primeira etapa, será levantado o diagnóstico da situação em que se encontram os recursos hídricos. Na segunda, haverá análise de estratégias de intervenção, visando a compatibilização entre a disponibilidade de água e as demandas levantadas.
A primeira etapa do Plano de Bacia, que inicia com o lançamento, é uma realização do Governo do Estado, através da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) e do Departamento de Recursos Hídricos (DRH/Sema), com fiscalização do DRH/Sema, Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler (Fepam) e Comitê Caí.
A empresa Profill Engenharia e Ambiente Ltda. foi contratada pelo DRH/Sema para execução técnica dos serviços e apoio operacional ao Comitê Caí na mobilização social para a construção do Plano. Serão 20 meses de trabalho para a elaboração desta etapa do Plano, em que está prevista uma série de eventos públicos.
Sobre a Bacia do Caí
Localizada no nordeste do Rio Grande do Sul, a Bacia Hidrográfica do Rio Caí ocupa uma área de aproximadamente 5.000 quilômetros quadrados, atingindo 42 municípios, entre os quais, Montenegro, Pareci Novo, Brochier, Salvador do Sul, São José do Sul e Maratá.
Abrange parte da região da Serra e da região metropolitana de Porto Alegre. Faz divisa ao norte e oeste com a Bacia do Rio Taquari Antas, ao Sul com a Bacia do Baixo Rio Jacuí e a leste com a Bacia do Rio dos Sinos. Esses limites denotam sua importante posição territorial. Estima-se que mais de 750.000 habitantes vivem na bacia.
(Por Lília Maris Nascimento,
Jornal O Ibiá, 17/06/2006)