Substâncias químicas alteram saúde de animais no Ártico, alerta WWF
2006-06-19
O Fundo Mundial para a Natureza (WWF) assegurou que tem evidências de que a presença de produtos químicos no Ártico alterou a saúde e o comportamento de algumas espécies de animais que vivem na região, como o urso polar, a baleia branca, a foca e as aves marinhas. "Ainda que seja difícil estabelecer uma relação direta, existem evidências que permitem vincular a contaminação química com algumas mudanças registradas no comportamento de várias espécies do Ártico, assim como em seus sistemas imunológicos e hormonais", divulgou o WWF, através de um comunicado.
Segundo a organização, vários estudos científicos confirmaram que grandes predadores, como o urso polar e a baleia branca, são contaminados pelos pesticidas e pelos bifenis policlorados (PCB) ilegais, um dos produtos químicos mais tóxicos, utilizados principalmente em equipamentos elétricos e plásticos. "Não podemos ignorar por mais tempo as provas existentes que demonstram que esses produtos químicos danificam a saúde dos animais selvagens", disse a diretora do programa Ártico do WWF, Samantha Smith.
A organização lamentou que essa contaminação química, junto com outros perigos que ameaçam o ecossistema do Ártico, como a mudança climática e a redução do hábitat natural dos animais, coloquem em risco a vida de várias espécies ameaçadas de extinção. O WWF também expressou sua preocupação sobre o impacto que esses produtos podem ter sobre a saúde das comunidades indígenas que vivem na região, já que essas pessoas só se alimentam dos animais que pescam nas águas do Ártico.
Diante dessa situação, a organização insiste que a União Européia (UE) reforce "de maneira urgente e significativa" seu sistema de registro, avaliação e autorização de químicos (conhecido como "Reach"), que, como está hoje, "poderia falhar na hora de detectar e substituir os produtos mais perigosos". Os 25 países da UE chegaram, em dezembro passado, depois de mais de dois anos de discussões, a um acordo sobre este sistema, que regulará mais de 30 mil substâncias presentes na vida cotidiana e que afetam diversos setores, como os cosméticos, plásticos, automóveis. A ratificação definitiva depende, contudo, do Parlamento Europeu.
(EFE, 14/06/2006)
http://www.estadao.com.br/ciencia/noticias/2006/jun/14/409.htm