Mais um acidente em Cachoeirinha afetou o abastecimento de água. Desta vez, o rompimento de uma tubulação deixou sem água, desde a noite de quinta-feira (15/06), 80 mil moradores da cidade, sobretudo da Vila Fátima, Vista Alegre e Nova Cachoeirinha, e de Gravataí, em especial do Parque Eucaliptos e da Morada do Vale.
O novo problema ocorreu na rede de água bruta entre Alvorada e Cachoeirinha, cujo sentido de bombeamento havia sido invertido pela Corsan em decorrência do vazamento de produtos químicos no incêndio da empresa MBN, no Distrito Industrial de Cachoeirinha, na última terça-feira, que atingiu o arroio Passinhos e o rio Gravataí.
Segundo o engenheiro-chefe de Coordenação Operacional da Corsan em Cachoeirinha e Gravataí, Luiz Ernesto Ferraretto, o rompimento pode ter sido provocado pela própria inversão do bombeamento. A medida teve o objetivo de amenizar o desabastecimento após a suspensão da captação de água no rio Gravataí. Cachoeirinha está também recebendo água de Canoas.
O geólogo José Ricardo Samberg, da Fepam, e o secretário municipal do Meio Ambiente de Cachoeirinha, Breno Munhoz, estiveram na manhã de ontem na MBN para avaliar as medidas adotadas pela empresa para conter os resíduos químicos espalhados pelo solo. Um lago do terreno, onde morreram mais de 50 carpas e que transbordou na quinta-feira, transformou-se em um reservatório de contenção. "Já retiramos cerca de 500 mil litros do lago", estimou o secretário. A Fepam aguarda os laudos de qualidade da água tanto do riacho como do rio na área de captação.
O diretor da MBN, Marcelo Santos, disse que todas as providências de limpeza e descontaminação da área foram tomadas."Não houve contaminação para o arroio Passinhos ontem", garantiu. Segundo ele, mais de 100 toneladas de cal estão sendo utilizadas para neutralizar os resíduos químicos no solo. Os dejetos estão sendo levados para uma empresa especializada. O diretor prevê em até duas semanas o fim do mutirão de limpeza, que inclui a lavagem das margens do arroio.
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Correio do Povo, 17/06/2006)