À procura de uma solução. E rápida. Para não chegar ao ponto de ver grande
parte da população de Santa Maria sem água, a Companhia Riograndense de
Saneamento (Corsan) busca uma alternativa para a estiagem e para o baixo
nível da barragem do DNOS.
Nos últimos dias, a falta de chuva agravou a situação do reservatório - são
só 70 centímetros de água aproveitável. Para piorar, o clima não ajuda. Não
há previsão de chuva forte para a cidade. E as bombas que estão sendo
instaladas no Passo do Macaco para puxar mais água da barragem de Val de
Serra só devem funcionar no final do mês, na melhor das hipóteses.
Nessas condições, a Corsan só garante água por mais 10 dias para parte dos
moradores, e um plano de racionamento volta a ser debatido. Para tentar achar
uma saída, técnicos e dirigentes da Corsan se reuniram sexta-feira pela manhã
(16/06).
A palavra racionamento foi dita, negada, abolida e agora volta à discussão.
Isso está acontecendo porque na barragem do DNOS se vê muito mais terra
rachada e lodo do que água. A situação chegou em um ponto em que a Corsan
pensa até em tratar a água barrenta.
- Se não chover muito forte neste fim de semana, terão de ser tomadas medidas
que podem resultar, vamos dizer, num racionamento. Eu não diria um
racionamento, mas um rodízio de abastecimento - afirmou na quinta-feira
(15/06) o superintendente regional da Corsan, Elias Pacheco.
O gerente local da Corsan, Eugênio Francisco Simioni, também está preocupado
com a possibilidade de a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam)
exigir que a barragem do DNOS seja interditada.
- Não podemos secar a barragem porque há peixes e outros animais. É um
problema ambiental. Daqui a pouco, pode acontecer de a Fepam dizer que não dá
mais para tirar água. Aí acabou tudo - diz Simioni.
Companhia pede que população economize
De acordo com Pacheco, enquanto a chuva não colabora, a Corsan está tentando
acelerar as obras no Passo do Macaco. O problema é que mesmo depois de
estarem funcionando, as bombas vão levar 120 litros de água por segundo a
mais do que se consegue hoje. Isso não representa nem a metade do que o DNOS
produzia quando estava com capacidade total.
Enquanto a solução mágica não chega e a estiagem se agrava, o único consenso
entre os dirigentes da Corsan é de que se a pouca água que resta não for
economizada, a situação se tornará insuportável. Por isso, lavar carros,
calçadas e regar o jardim não é recomendado. Para quem acha que o problema
não é sério, a ruína da casa que fica no meio da barragem é um aviso. Em dois
meses, ela deixou de ser um amontoado de tijolos submersos para ganhar forma.
(Por Marilice Daronco,
Diário de Santa Maria, 16/06/2006)