Candiota poderá abrigar uma nova usina termelétrica, com energia destinada ao mercado uruguaio. No dia 3 de julho, representantes do país vizinho estarão em Brasília para uma reunião no Ministério de Minas e Energia que tratará do assunto, levantado na visita do presidente uruguaio Tabaré Vázquez ao Brasil.
O presidente da CGTEE, Sereno Chaise, participará do encontro. "É uma possibilidade ainda embrionária, mas que pode se concretizar dia 3", diz ele. A perspectiva surgiu pela escassez de energia no Uruguai. Chaise recorda que, na visita de Vázquez ao país, o presidente uruguaio pediu de forma insistente um "socorro energético", apelo repetido recentemente.
Candiota já exporta para o Uruguai, mas a energia faz um caminho longo, que passa pela Argentina. Aqui, um complicador: por conta da disputa entre os dois países, relativa às duas plantas de celulose, a Argentina só liberou a passagem de 30MW, quando Candiota poderia exportar 60MW. Se a intenção virar projeto, será dos grandes: uma usina de 600MW, com investimento de US$ 600 milhões a US$ 650 milhões.
Investidores
Segundo Chaise, consultados sobre eventual interesse, os chineses da Ctic, de Candiota III, "sorriram com a possibilidade de uma segunda usina". A Eletrobrás também se dispõe a bancá-la. Há um único empecilho: a corrente no Brasil é de 60 ciclos e, no Uruguai, de 50, o que exigirá uma conversora.
Garantia
O presidente da CGTEE explica que a conversora evitará que a usina se transforme em um elefante branco caso o Uruguai se torne auto-suficiente no futuro. Seu custo equivale a 20% do investimento total. O governo uruguaio bancaria a conversora, assim como as linhas de transmissão em seu território.
(Por Denise Nunes, Panorama Econômico,
Correio do Povo, 16/06/2006)