No mês de julho, a Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan)
começa a cobrança da taxa de tratamento do esgoto em Chapecó. De um
total de 4 mil possíveis, somente cerca de 200 ligações com a rede de
esgoto foram efetivamente feitas.
O presidente da Casan, Walmor de Luca, afirmou ontem que, independente
de a ligação ser realizada, os moradores terão que pagar.
- A Casan deixou o serviço disponível. A Vigilância inclusive deveria
cobrar que as ligações fossem feitas.
O preço será de 80% do valor da tarifa da água, que é estabelecida por
uma tabela única definida pelo governo do Estado.
- O tratamento de esgoto era absolutamente inviável em Chapecó. O
investimento total foi de R$ 40 milhões e o lucro na cidade é de R$ 3
milhões - disse Luca.
Para fazer a ligação residencial, o custo é de R$ 105, para a comercial
é de R$ 115 e para a predial, R$ 290, podendo ser parceladas em até
quatro vezes. Em 2005 a Casan fez reunião e curso com empresas
interessadas em prestar o serviço.
Cerca de 80% da primeira etapa da obra está pronta. Isso corresponde
de 30% a 40% do total da população da cidade. A previsão é de que a
partir de agora o ritmo da obra seja mais intenso.
Conscientização contra racionamento
Para Luca, a população precisa armazenar água não só nas cisternas,
mas também para realimentar o lençol freático. Luca comentou sobre a
topografia da região, que dificulta a captação de água. Segundo ele, em
média gasta-se 27% da arrecadação da Casan no Oeste para pagamento da
energia elétrica. Somente em Chapecó são mais de R$ 300 mil mensais.
Já se cogitou a captação de água no Rio Uruguai, o que é inviável, já
que o custo em energia elétrica seria de mais de R$ 1 milhão por mês.
Para diminuir o problema de abastecimento, a Casan está perfurando
poços profundos. No município de Maravilha, o trabalho está sendo
feito, mas ainda não se tem conhecimento da qualidade da água.
- Poço é loteria. Primeiro, é preciso encontrar água com vazão. Depois,
analisar a qualidade, temperatura, quantidade de flúor e sais - disse
o o engenheiro Paulo Christ.
Já em Seara, que teve o abastecimento normalizado depois da chuva de
sábado (10/06), mas que corre o risco de voltar a racionar em 10 dias,
a empresa responsável pela obra teve problemas técnicos, não
conseguindo perfurar com os equipamentos que possui. Segundo Christ, a
dificuldade é maior pelo fato de o poço ter 17 polegadas. A dimensão é
para evitar que equipamentos fiquem presos e comprometam o poço, como
aconteceu em São Miguel do Oeste.
(
Diário Catarinense, 15/06/2006)