As obras da Usina de Foz do Chapecó iniciam em dezembro. A data foi confirmada
pelo diretor do consórcio responsável pela obra, Enio Schneider. O leilão de
concessão aconteceu em 2001, mas o início dos trabalhos já foi adiado várias
vezes.
Primeiro houve demora na concessão da Licença Ambiental de Instalação. Outro
motivo de atraso foi a desistência da Vale do Rio Doce, que tinha 40% do
consórcio. Furnas assumiu no lugar da Vale, restando apenas a aprovação da
Agência Nacional de Energia Elétrica.
Schneider acredita que a aprovação vai ocorrer antes de 5 de setembro, quando
ocorre um leilão de energia em que Furnas pretende vender sua parcela de
produção na futura usina. A Foz do Chapecó Energia, composta pela Companhia
Estadual de Energia Elétrica do RS e pela Companhia Paulista de Força e Luz,
que detém 60% do empreendimento, também pretendem vender 20% da produção.
Outros 40% já foram comercializados.
Os estudos sócio-econômicos nas 1,5 mil propriedades atingidas devem ser
concluídos em julho. No próximo mês, começam a ser definidos os critérios de
indenização e reassentamento. Serão comprados os 600 hectares do canteiro de
obras.
Os moradores do município ainda estão reticentes quanto ao início das obras.
O empresário Dirceu Dihl, tem uma área a ser indenizada. Ele afirmou que a
população tinha uma expectativa que a obra iniciasse há pelo menos quatro
anos. Dihl acredita que a obra vai ajudar a desenvolver o município e aumentar
as vendas em seus supermercados. Mas espera o início efetivo da obra antes
de fazer algum investimento.
A mesma sensação é do prefeito em exercício, Oscar Barella. Ele disse que há
20 anos se fala na obra e, por isso, os investimentos estão parados. Barella
considera que o município terá que ampliar sua infra-estrutura escolar, de
moradia e restaurantes. Será necessário contratar mais médicos e professores.
Com a obra, Barella estima que a receita mensal do município, que é de R$ 400
mil, deverá dobrar.
As características do empreendimento
Local: Rio Uruguai, entre Águas de Chapecó e Alpestre-RS
Altura da barragem: 48 metros
Investimento: R$ 2,1 bilhões
Empregos: 2,5 mil diretos e 3 mil indiretos
Potência instalada: 855 megawatts (atende 1/4 da demanda catarinense)
Royalties: R$ 12 milhões/ano
Início das obras: dezembro de 2006
Início da geração de energia: junho de 2010
Conclusão: dezembro de 2010
Municípios atingidos
Águas de Chapecó
Caxambu do Sul
Guatambu
Chapecó
Paial e Itá
Alpestre
Faxinalzinho
Rio dos Índios
Nonoai
Erval Grande
Itatiba do Sul
Barra do Rio Azul
(Por Darci Debona,
Diário Catarinense, 14/06/20060