Ameaça de greve na PF põe em risco Operação Novo Empate
2006-06-14
A deflagração de uma greve nacional de todas as categorias de servidores da Polícia Federal (PF), agendada para esta quinta-feira, dia 15, pela Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), divide os agentes acreanos divididos.
Uma parte, que concorda com a manifestação, enviou à entidade um comunicado garantindo que a categoria seguirá as deliberações da Fenapef. Os demais, descontentes com os rumos de outra greve nacional em 2004, preferem a negociação salarial sem paralisações.
Para o assessor de comunicação da PF, Plínio Bosson, a maioria dos policiais acreanos não defende o ingresso nas manifestações. Mesmo assim, o Sindicato dos Policiais Federais do Acre (Sinpofac) enviou à Fenapef um comunicado que decide seguir a orientação nacional. A Mobilização Nacional Total, como é chamada, envolverá agentes, delegados, peritos, escrivães, papiloscopistas e servidores administrativos.
"O que acontece é que, hoje, a maioria dos policiais não está de acordo com essas greves. Acredito que se trata mais de algum tipo de especulação que os próprios sindicalistas estão fazendo, mas sabemos que o efeito das greves é zero. Tivemos exemplos claros em diversas outras categorias de servidores federais, e olha que foram retiradas diversas gratificações dos salários dos servidores. Todos estão muito tensos, mas, mesmo assim, apelar para uma greve parece forçado", revela Bosson.
Além do Acre, os servidores de São Paulo, Rondônia, Paraíba, Minas Gerais, Pará, Tocantins, Goiás, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Amazonas, Mato Grosso, Espírito Santo, Bahia, Ceará, Piauí e Paraná já anteciparam suas assembléias locais e decidiram seguir a orientação nacional sobre a greve.
Com isso, a greve deve começar simultaneamente em todos esses locais. Pela lei de greve, no entanto, 30% dos servidores devem permanecer em serviço.
A greve é causada, em parte, devido aos técnicos do Ministério do Planejamento. A análise do impacto financeiro do reajuste, feita por eles, teria atrasado a ordem já assinada pelo presidente Lula.
(Por Josafá Batista, A Tribuna, 13/06/2006)
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