Físico diz que Brasil tem condições para ser potência em energia renovável e limpa
2006-06-14
"Nós temos todas as condições para ser a maior potência de energia renovável e limpa do planeta. O futuro da humanidade depende do Brasil", disse o físico e professor da Universidade de Brasília, José Walter Bautista Vidal. Em entrevista concedida nesta segunda-feira (12) ao programa Amazônia Brasileira, da Rádio Nacional, ele ressaltou que o mundo ainda depende de uma fonte finita de energia, o petróleo, e que logo entrará em colapso por causa disso.
Segundo Bautista Vidal, são necessárias novas fontes de energia: as renováveis e limpas das regiões tropicais. E o Brasil "é o único país em continente tropical que tem muito sol, muita água, a maior proporção de água doce do planeta, e tem muitas extensões de terra desocupadas, além de ter a melhor tecnologia do mundo em energias renováveis", salientou.
De acordo com o professor, ainda falta crescer em infra-estrutura: suporte, logística, e aumento da produção. "O povo brasileiro tem uma oportunidade fantástica de levantar a cabeça e não depender de mais ninguém. Pelo contrário, os outros países é que dependerão da energia renovável e limpa do Brasil", observou.
Por causa dessas condições, lembrou, o Brasil já sofre pressões internacionais de países que dependem vitalmente do petróleo. "Se o petróleo demora 400 milhões de anos para se formar, o girassol leva dois meses – nossas condições são excepcionais", ressaltou.
Para o professor, as usinas hidrelétricas são prejudiciais porque, apesar de renovável, a fonte de energia causa grandes inundações nas terras mais férteis, o que pode prejudicar as pequenas comunidades que vivem à margem das bacias. "O desenvolvimento econômico deve privilegiar os interesses e o bem-estar da população e não os ganhos capitalistas dos empreendedores", disse.
Os pequenos produtores, acrescentou, são capazes de produzir fontes de energia renovável em pequena escala: "É necessária uma certa organização e a ajuda de instituições para instalar cooperativas, dar apoio ao financiamento e contribuir com tecnologia".
(Por Adriana Franzin/ Agência Brasil, 13/06/2006)
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