A estudante de Agronomia Solenn Baron, de 22 anos, que veio da França, está hospedada na casa do agricultor Martin Maurer, em Santos Reis. Ela mora e estuda em uma pequena cidade próxima a Paris. O seu curso na escola de Agronomia e Desenvolvimento Internacional pede que os alunos façam estágios anualmente em zonas intertropicais. No ano passado, ela passou três meses na Guiana Francesa. Até o final de setembro, ela ficará no Brasil, pois, no início de outubro, recomeçam seus estudos. Ela também irá ao Rio de Janeiro, a São Paulo e ao Amapá.
Solenn veio para acompanhar o dia-a-dia dos agricultores e aprender a cultivar produtos sem agrotóxicos da maneira ideal. A jovem chegou ao país há pouco mais de uma semana e já ajuda nos afazeres domésticos e nas colheitas. No último domingo, a família que recebeu Solenn organizou um café colonial. Ela ajudou o tempo inteiro.
A estudante conta que, na França, produtos orgânicos são muito caros, quase um luxo, para aqueles que moram em perímetros urbanos. Porém, para aqueles que residem no campo, esses artigos são um pouco mais acessíveis.
Como todo estrangeiro, Solenn já havia ouvido falar muito do futebol, do Carnaval e da música brasileira. "Também me falavam sobre as praias daqui. Eu vim sem saber que poderia haver temperaturas tão baixas", comentou, com dificuldades na Língua Portuguesa. A francesa afirma que o povo brasileiro é muito acolhedor e, apesar do pouco tempo que está aqui, já se sente muito feliz. Em 2007, Solenn tem de realizar o estágio de conclusão de seu curso. Ela pretende voltar ao Brasil e ficar no Nordeste ou na Amazônia.
Martin Maurer conta que sua família já recebe estagiários de outros países há vários anos e conseguem estes contatos por intermédio da Ecocitrus. Ele diz que a dificuldade da língua não impede o bom relacionamento com a estrangeira. "Ela é muito disposta e atenciosa. Está sempre pronta para ajudar", elogia o agricultor.
(Por Cássio de Almeida Pereira,
O Ibiá, 13/06/2006)