China lança novo plano para salvar panda ameaçado de extinção
extinção de espécies
2006-06-13
Os pandas gigantes mais ameaçados da China, os 300 que habitam as montanhas Qinling, na província de Shaanxi, no norte do país, contam com um novo projeto para aumentar sua população e expandir seu habitat, segundo a imprensa local. O plano pretende fazer com que o número de exemplares na região chegue a 400 até 2020 e seu território se expanda a 500 mil hectares, dos 340 mil atuais. Para isso, as pessoas que vivem em seu habitat serão evacuadas e serão construídos corredores de bambu para que os diferentes grupos, isolados por estradas e túneis, se comuniquem entre si.
Além disso, serão criados um centro de pesquisa e uma base de criação em cativeiro, na qual os filhotes serão adestrados para depois poder viver em liberdade, segundo a agência estatal Xinhua. Os cientistas chineses defendem que o de Qinling é uma "subespécie" do panda gigante, com características genéticas e físicas diferentes dos que habitam as montanhas da província de Sichuan, no sudoeste do país.
Sichuan abriga a maioria dos 1.600 exemplares em liberdade na natureza do país. "Por sua cara, o urso panda de Qinling se parece mais com um gato, enquanto o de Sichuan se parece mais com um urso. Geneticamente falando, são diferentes devido à disparidade de condições climáticas e geográficas", explica o professor Fang Shengguo.
Além disso, Fang acrescenta que possuem um esqueleto menor e manchas marrons no peito (as do panda de Sichuan são negras), enquanto o pêlo da barriga, em vez de ser branco, também é marrom. Os primeiros pandas gigantes de Qinling foram descobertos em 1964, um século depois dos de Sichuan.
As principais ameaças a esses pandas são a derrubada das árvores para cultivos, as operações mineradoras em uma região rica em ouro e níquel e a caça ilegal, segundo o Fundo Mundial para a Natureza (WWF), que desenvolve vários projetos com os pandas gigantes na China. Entre outros, a organização ecologista está desenvolvendo alternativas, como o ecoturismo, para que os habitantes da região não sejam obrigados a buscar sua subsistência nas florestas habitadas pela espécie ameaçada.
(Efe, 12/06/2006)
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