Um filhote de lobo-marinho (Arctocephalus australis) apareceu na beira da praia do Cassino, nas proximidades do antigo terminal turístico, ontem, e chamou a atenção de quem passou pelo local. Tanto que algumas pessoas chegaram a telefonar para o Núcleo de Educação e Monitoramento Ambiental (Nema) para avisar da presença do animal.
Trata-se de um lobinho de um metro e dez centímetros de comprimento, pesando aproximadamente 10 quilos. Conforme o oceanólogo Kléber Grübel da Silva, do Nema, foi feita uma avaliação do animal e constatado que ele está bem.
Externamente não há indícios de que ele esteja com problemas de saúde. "Ele está descansando no ambiente dele", observou o oceanólogo, explicando que as pessoas não devem estranhar a presença destes animais na praia.
Nesta época do ano, a população desta espécie, assim como a de leões-marinhos, entre outros Pinípedes, se desloca da Ilha dos Lobos (Uruguai), com as correntes de águas frias provenientes do Sul (corrente das Malvinas), para a costa gaúcha em busca de alimentação e descanso. Silva relatou que os Pinípedes caracterizam-se por ter um comportamento anfíbio - parte de seu ciclo de vida, descanso e reprodução, ocorre na terra, e a alimentação, no oceano. E nesta época é comum se encontrar indivíduos destas espécies descansando de suas longas migrações na beira da praia.
Em função disso, o oceanólogo ressalta que as pessoas devem compreender que a praia e a região costeira são os ambientes naturais destas espécies e não devem tentar fazê-los retornar ao mar ou capturá-los. "A menos que apresente algum ferimento, ele estará muito melhor na beira da praia do que em qualquer centro de reabilitação", destacou. Lembra ainda que estes animais não devem ser perturbados.
Algas
Uma explosão reprodutiva de algas ontem deixou a beira da praia do Cassino, entre os Molhes da Barra e o monumento a Iemanjá, com manchas cor de chocolate, de um a dois quilômetros de extensão. As manchas eram compostas de lâminas de uma espécie de lama fluida, de aproximadamente um centímetro de espessura, e se localizavam na zona de subida e descida da maré.
Kléber Grübel da Silva explicou que determinadas condições de temperatura e nutrientes, levados para o mar pelos arroios naturais e de drenagem do balneário, propiciam as condições de alta reprodução. No entanto, esse material que se concentra à beira-mar não é prejudicial à saúde humana.
(Por Carmem Ziebell,
Agora online, 13/06/2006)