O governador Eduardo Pinho Moreira recebe hoje (13/06) um documento com
propostas para alterar a legislação ambiental e evitar a inviabilização da
pequena propriedade agrícola familiar do Estado. As propostas foram
levantadas em dezenas de seminários municipais, regionais e estaduais, que
envolveram centenas de agricultores no Estado.
As propostas foram organizadas no dia 5 de junho, mas só serão
divulgadas após a entrega do documento ao governador.
As propostas também serão anexadas, em formato de emenda, ao projeto que
busca a alteração da legislação ambiental na Câmara Federal, e que tem como
relator o deputado federal Moacir Michelletto (PMDB-PR).
No Sul do Estado, a atual legislação ambiental é alvo da insatisfação dos
produtores de arroz, maior cultura da região. Eles têm se negado a assinar o
Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) proposto pelo Ministério Público para
adequação à legislação ambiental.
- Não há condições para assinar o documento. A preservação é necessária, mas
é preciso ter equilíbrio - afirma o presidente da Associação Catarinense de
Irrigação e Drenagem e produtor rural, Sérgio Marini.
A reclamação reside nas diferentes características das propriedades
catarinenses em relação a Amazônia e ao Pantanal matogrossense, que serviram
de base para a formulação da legislação.
Lei inviabiliza 60 mil propriedades, diz governo
Se aplicada à risca, a legislação reduz em 48% uma propriedade de 30 hectares
com lavouras de arroz, por exemplo. Isso porque cada propriedade é obrigada
a ter uma área de 20% de reserva legal (mata nativa), além da preservação de
30 metros de mata ciliar às margens de córregos ou sangas. E ainda há a
solicitação de reflorestamento das margens dos canais artificiais de
drenagem.
De acordo com a Epagri, a atual legislação inviabiliza de 60 mil a 80 mil
propriedades de um total de 280 mil.
(Cristiano Rigo Dalcini,
Diário Catarinense , 12/06/2006)