Como a agroecologia vem sendo construída no Brasil? Quais são as semelhanças e diversidades existentes entre as iniciativas agroecológicas desenvolvidas pelo país afora? Que pessoas e organizações estão envolvidas nessa construção? Onde elas estão? Que temas vêm motivando suas iniciativas? Quais os resultados concretos delas? É para responder essas e outras dúvidas sobre a agroecologia no Brasil que a Articulação Nacional de Agroecologia, ANA, está realizando o levantamento Mapas das Expressões da Agroecologia no Brasil.
O levantamento foi feito com a realização de um mutirão nacional de identificação de experiências em agroecologia nacional de identificação de experiências em agroecologia, entre os meses de abril e maio passado, e durou 40 dias. A compilação dos dados ainda está em andamento, mas alguns quesitos já estão finalizados.
O mapeamento mostra, por exemplo, que a localização das experiências evidencia que a agroecologia é vivenciada em todos os grandes ecossistemas brasileiros: floresta amazônica, pantanal, cerrados, caatinga, mata atlântica e campos sulinos. Do total de 1.011 iniciativas catalogadas, 42% delas estão na região Nordeste, 23% no Sudeste, 16% no Sul, 12% no Norte e 7% no Centro-Oeste. O estado que possui mais experiências catalogadas é Pernambuco, com 160 ações, seguido pelo Rio Grande do Sul (101), Paraíba (99) e Minas Gerais (89). Roraima e Mato Grosso do Sul registraram o menor índice de atividades pesquisadas, com apenas uma cada.
Em relação aos temas das experiências identificadas, há uma variedade de acordo com cada região. A Nordeste registrou mais ações nas áreas de Sistema de Produção Agrícola (16,3%), Sistema Agroflorestal (11,2%) e Sistema de Criação Animal (9,4%), entre outros. Já o Sudeste apresenta trabalhos de Construção do Conhecimento Agroecológico (15,1%), Reforma Agrária e Direitos Territoriais (12,3%) e Sistema de Produção Agrícola (11,6%).
Já na região Sul, o Sistema de Produção Agrícola (18,8%) é a ação agroecológica mais praticada, seguida por Relação com o Mercado (15,8%) e Processo de Beneficiamento da Produção (12,7%). No Norte foram encontrados o Manejo da Vegetação Nativa/Agroextrativismo (22,7%), o Processo de Beneficiamento da Produção (12,6%) e o Sistema Agroflorestal (10,1%). Finalizando, no Centro-Oeste os maiores índices foram de Relação com Mercados (19,3%), Desenvolvimento Local (16,1%) e Saúde e Plantas Medicinais (12,9%).
(Informações de
Estação Vida
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