Tornado relacionado à tempestade Alberto destrói casas em Cuba
2006-06-12
Um tornado atingiu neste domingo (11/06) a área de Nova Paz, 70 km ao sul de Havana (Cuba), afetando 52 casas (quatro ficaram
totalmente destruídas) e deixando oito pessoas feridas, informou um telejornal local. O fenômeno está relacionado à
tempestade tropical Alberto, que se afasta lentamente de Cuba, mas que há mais de 24 horas provoca chuvas no oeste da
ilha, causando inundações e danos às plantações.
A primeira depressão tropical da temporada de furacões do Atlântico --que vai de 1º de junho a 30 de novembro--
transformou-se em tormenta neste domingo, com ventos de 75 km/h, e foi batizada de Alberto pelo Centro Nacional de
Furacões (CNH) de Miami. Embora a tempestade já esteja se afastando de Cuba, as chuvas associadas a esse fenômeno
continuam afetando as províncias ocidentais.
Mais de 25.000 pessoas foram evacuadas na província cubana de Pinar Río (oeste). Por causa das chuvas, 2.057 alunos que
estavam nas escolas da província foram levados para casa no sábado, assim como outros 35.000 estudantes bolsistas,
disse a Agência de Informação Nacional (AIN). Quatro brigadas médicas cirúrgicas estão disponíveis em Mantua, Guane,
Minas de Matahambre e La Coloma, e outras duas permanecem de sobreaviso para qualquer imprevisto. Além disso, todos
os hospitais da província estão preparados para manter os serviços essenciais de saúde diante de qualquer contingência.
O sistema anticiclone cubano tem quatro fases: informativa, alerta, alarme e recuperação. Na Isla de la Juventud, município
especial ao sul de Havana em fase informativa, o trânsito aéreo e naval foi suspenso por causa das chuvas, enquanto que
"algumas famílias foram evacuadas", disse o meio de comunicação local sem dar números. Na Cidade de Havana, que
permanece em fase informativa, o Conselho de Defesa ordenou a evacuação de cerca de 400 pessoas.
Antes de Alberto, intensas chuvas atingiram o território cubano nos últimos 15 dias, causando nove mortes em todo o país.
Na Flórida, as autoridades se mantêm em alerta, mas destacaram que, em função da seca que atinge o Estado, podem se
beneficiar com Alberto. Alberto é a primeira tempestade da temporada ciclônica no Atlântico --de 1º de junho a 30 de
novembro--, mas não do ano, pois 2006 começou com Zeta, que se desfez em 6 de janeiro.
Temporada 2006
Até sábado, Alberto era uma depressão tropical, mas seus fortes ventos o transformaram em uma tempestade tropical --na
escala, ele pode, agora, se tornar um furacão (saiba como se forma um furacão) e ser o primeiro da temporada 2006, que
acaba de começar. Em janeiro, a tempestade Zeta surgiu um mês após o encerramento oficial da temporada 2005 de
furacões no Atlântico, que terminou em 30 de novembro.
As probabilidades indicam que é difícil, mas não impossível, quebrar neste ano os recordes de 2005, quando se formaram 26
tempestades e, entre elas, 14 furacões, incluindo o Katrina, que devastou a costa dos Estados da Louisiana e Mississippi
em agosto passado, se tornando um dos piores desastres naturais a serem registrados nos Estados Unidos.
A última temporada de furacões foi a mais intensa já registrada na história, sendo que dos 14 formados, metade atingiu a
categoria máxima na escala de intensidade Saffir-Simpson, entre eles os devastadores Katrina, Rita e Wilma. William Gray,
professor de Ciências Atmosféricas da Universidade do Colorado (EUA), previu em janeiro, porém, que esta temporada no
Atlântico norte será muito ativa, mas menos intensa que a registrada em 2005. Para Gray, 2006 terá a formação de 17
tempestades tropicais, das quais nove poderiam se transformar em furacões e cinco desses teriam ventos superiores a 177
km/h.
(Folha Online, 11/06/2006)
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u96869.shtml