Nada de palestras sobre o buraco na camada de ozônio ou esláides sobre o
desmatamento na Floresta Amazônica. Na Semana do Meio Ambiente, alunos do Ensino
Médio do Instituto Estadual de Educação Vicente Dutra, em Júlio de Castilhos,
experimentaram uma forma diferente de preservar o ambiente: sentindo-o.
E foi, literalmente apalpando troncos de árvores, arbustos, solo, água, papel e
teclados de computador que os estudantes aprenderam que, quanto mais contato
com a natureza, maior a consciência que ela deve ser cuidada.
Com olhos vendados, eles eram levados pelos integrantes do Centro Internacional
de Projetos Ambientais (Cipam) - que organizaram a atividade - até uma área
verde do pátio da escola. Os alunos eram convidados a tocar os objetos que
estavam na Trilha Interpretativa da Natureza. Ao final, a venda era retirada, e
o aluno ficava em frente a um espelho. Bruna Adriele Mero Fagundes, 16 anos,
entendeu o recado:
- O que quiseram nos mostrar é que existe uma relação forte entre a preservação
da natureza e o uso da tecnologia. Cabe a nós usarmos tudo de forma consciente.
Os alunos também participaram de oficinas de reciclagem de papel, reutilização
de garrafas plásticas para construir casinhas de passarinhos e até construção
de móveis com as garrafas (veja quadro abaixo).
O foco dos trabalhos, diz Cristiane Bortoluzzi, uma das colaboradoras do projeto,
foi mostrar que o desenvolvimento sustentável é muito mais do que uma expressão
de livros de biologia. Reaproveitar é sinônimo de preservar.
- Queremos que eles entendam que pequenas mudanças de hábito podem desenvolver
a criatividade e construir uma consciência ecológica fundamental para a
conservação do ambiente - explicou.
As atividades do Cipam em comemoração à Semana do Meio Ambiente terminaram
sexta (09/06), em Itaara.
(Fernanda Meneghel,
Diário de Santa Maria , 09/06/2006)