O evento, promovido pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), vai contar com a presença representantes de vários municípios da Campanha. Também servirá de ponto de partida para a instalação do Grupo de Trabalho (GT) intersetorial - reunindo governos, prefeituras, ambientalistas, produtores rurais - para discutir propostas de preservação ambiental da região.

O GT deve estabelecer uma política pública de interesse nacional para o bioma, identificando questões de consenso e avançando no entendimento das divergências. "Existe a possibilidade de criarmos áreas de conservação, garantindo compensações ambientais e mecanismos de incentivo aos produtores, preservando áreas privadas", informou o secretário executivo do MMA, Claudio Langone, que participará do seminário em Livramento. Segundo ele, há grande chance de buscar recursos internacionais do Fundo Ambiental Global, que viriam a complementar o orçamento da União para o setor. Esse investimento externo poderia ser usado em setores como a pecuária, lavouras de arroz e turismo rural. "O Pampa tem áreas sensíveis, que precisam ser protegidas. Podemos ainda estabelecer um processo conjunto trinacional, com apoio da Argentina e do Uruguai", afirmou Langone.

A iniciativa é vista com bons olhos pela Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul). O engenheiro agrônomo Fernando Adauto, que vai integrar o GT, ressalta a aptidão da região para a pecuária e o plantio de arroz. "É muito positivo o incentivo, pois temos em torno de 40 mil produtores de gado no Pampa, só entre os filiados à Farsul", disse.

Quanto à questão do florestamento de árvores exóticas voltado à produção de madeira e celulose, tanto Adauto quanto Langone acreditam que o GT possa contribuir para elaboração do plano de zoneamento geográfico reivindicado pelas empresas interessadas em investir na região. "Vamos enfocar esse assunto, pois acredito que o florestamento pode conviver com o Pampa", destacou o representante da Farsul.
(Jornal do Comércio, 09/06/2006)
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