Países pobres e ricos em controvérsia sobre Kyoto, afirma ministra do Meio Ambiente do Canadá
2006-06-09
Países pobres e ricos estão num impasse sobre como prosseguir na batalha para frear as mudanças climáticas – é o que diz a ministra do Meio Ambiente do Canadá, Rona Ambrose. Ela é membro da conferência das partes do Protocolo de Kyoto e fez, na quarta-feira (07/06), a sua primeira avaliação sobre os esforços para extensão do tratado.
As conversas em Bonn, na Alemanha, em maio, não obtiveram sucesso no objetivo de criar uma ponte para a lacuna entre países desenvolvidos que têm metas para a redução de emissões e as nações em desenvolvimento que não as possuem. Ela retratou os dois lados como “entrincheirados em suas posições”. "Em Bonn, os países desenvolvidos, incluindo Canadá, chegaram a um consenso de que não levariam os compromissos adiante até que os alvos do mundo em desenvolvimento também fossem considerados" disse.
Já os países em desenvolvimento, por outro lado, decidiram que não aceitarão mais compromissos. "Este será o ponto crucial do debate em Kyoto ao logo dos próximos anos", acredita. O impasse entre ricos e pobres tem estado no âmago das conversas sobre clima desde que elas iniciaram, mas o problema foi essencialmente encoberto na primeira fase do tratado.
Os países ricos concordaram em tomar as rédeas dos cortes de emissões, mostrar seriedade e dar exemplo, na esperança de que os países pobres conquistassem alvos próprios na próxima etapa. Mas as nações em desenvolvimento estão convictas de não foram responsáveis pela criação desse problema e que, por isso, não devem cumprir metas, já que as suas emissões per capita são uma fração das produzidas no oeste.
O Canadá ressuscitou a controvérsia porque foi o primeiro país desenvolvido a dizer publicamente que não consegue atingir suas metas. Isto fornece combustível para os países em desenvolvimento dizerem que os ricos não são sinceros quando falam sobre os seus corte de emissões. "A próxima fase de Kyoto vai depender da necessidade de ambos os lados se esforçarem", entende Ambrose.
Ela repetiu que as metas impostas pelo governo anterior ao Canadá não eram alcançáveis, mas não deu nenhuma sugestão de como alvos alternativos podem ser atingidos, nem falou se o plano canadense elaborado pelos conservadores conterá novas metas.
(Por Sabrina Domingos, CarbonoBrasil, 08/06/2006)
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