A diretora do Núcleo de Ecojornalistas do Rio Grande do Sul e professora da FABICO/UFRGS, Ilza Maria Tourinho Girardi, recebeu na manhã desta quinta-feira (8), juntamente com outros quatro ambientalistas, o Prêmio José Lutzenbeger, no gabinete do presidente da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, deputado Fernando Zácchia. Idealizado pelo deputado Luis Fernando Schmidt (PT), o prêmio a ser concedido anualmente, tem por objetivo incentivar o plantio e preservação de espécies da flora nativa ameaçadas de extinção no Estado, principalmente o pinheiro brasileiro, ou araucária, também considerado como o símbolo da premiação. Além de Ilza, que participou na categoria comunicação, foram premiados Fátima Silveira e John Würdig (categoria Ação Comunitária/Barra do Ribeiro), Erzelinda Castelani (Plantio e Preservação/Osório) e Cilon Estivalet (Preservação e Restauração/Canela).

Ao homenagear os agraciados, o deputado Luís Fernando Schmidt lembrou que o trabalho na área ambiental é difícil, pois nem sempre é reconhecido e muitas vezes tem sido encarado com preconceitos. "Temos que reconhecer o importante trabalho que essas pessoas realizam", destacou ele. Também o presidente da assembléia elogiou a ação dos agraciados, lembrando o importante papel desempenhado pelo ambietalista José Lutzenberger, que recebeu o nome do prêmio. "Temos que incentivar e estimular os cidadãos que têm a preocupação com a preservação ambiental", disse ele. E complementou: "O prêmio é uma justa homenagem à ação responsável dos senhores e senhoras que estão à frente do nosso tempo, pois eles estão preocupados com o futuro da humanidade".

A jornalista e professora Ilza Maria Tourinho Girardi, ao receber seu diploma dedicou-o aos seus pais e aos companheiros do Núcleo de Ecojornalistas do Rio Grande do Sul (NEJ/RS), "sem os quais não teria sido possível essa distinção". Ela é responsável pela implantação, em 2003, da primeira cadeira de jornalismo ambiental em uma universidade brasileira, na FABICO/UFRGS.

Quem foi Lutzenberger
O prêmio José Lutzenberger é uma homenagem a um dos pioneiros da luta ambiental no Brasil. Nascido em Porto Alegre, o engenheiro-agrônomo trabalhou durante 13 anos (entre as décadas de 1950 e 60) como executivo de uma multinacional alemã. Desiludido com os agrotóxicos, denoninados por ele como "a indústria da Morte", Lutz retornou ao Brasil em 1971, quando ajudou a fundar a Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan). Além disso, ele criou a Fundação Gaia - que promove o desenvolvimento sustentável, implantou o Parque da Guarita, em Torres, participou na criação do Parque de Itapuã e em dezenas de outras obras.

Em 1990, Lutzenberger foi nomeado pelo então presidente Fernando Collor de Melo como secretário de Meio Ambiente. Permaneceu no cargo até 1992. Ao longo de sua vida, recebeu 85 condecorações, distinções, títulos honoríficos e comendas de estados brasileiros, de entidades civis, governos da América Latina e da Europa, inclusive o The Right Livelihood Award, prêmio Nobel Alternativo na área de ecologia, em 1988, em Estocolmo (Suécia). José Lutzenberger morreu em maio de 2003.
(Juarez Tosi, EcoAgência, 08/06/2006)
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