Há três décadas, o Lago Fasolo é destino de parte do esgoto do bairro Progresso
e arredores. Um projeto de despoluição chegou a ser anunciado pela prefeitura
em junho de 2005, mas continua na gaveta. O entrave existe porque a área
pertence ao Curtume Fasolo e ao Frigorífico Aida, e a legislação não permite
que recursos públicos sejam investidos em propriedades particulares.
Para recuperar o lago de 26,5 mil metros quadrados, o Executivo está disposto a
negociar a permuta do terreno ou a fazer um acordo de comodato. A promessa é
entregar, em 90 dias, uma lista de áreas que poderiam ser trocadas pela do açude.
- Temos todo o interesse de despoluir o lago, mas dependemos das empresas -
revela o secretário do Meio Ambiente, Volnei Tesser.
Mesmo sem definição, a prefeitura assegurou R$ 100 mil no orçamento de 2006 para
investir no lago. As empresas, de seu lado, se dizem dispostas a abrir mão da
área para despoluí-la. A tendência é optarem pela permuta.
- É uma questão de responsabilidade ambiental recuperar essa área. Podemos
negociar, sim. Só aguardamos a proposta que virá da prefeitura - contrapõe o
diretor do Aida, Mauro Gasperin.
A empresa tem 1,5 hectare de área verde perto ao lago. Para despoluir a água,
que em dias de calor fica esverdeada pelas algas, seriam necessários cerca de
R$ 250 mil, de acordo com o secretário Tesser. Na primeira etapa, com custo de
R$ 100 mil, o lago seria esvaziado para a remoção do lodo do fundo. O passo
seguinte seria desviar o esgoto que desemboca no lago. O trabalho levaria um
ano, com investimento total do município.
(Nádia de Toni,
Pioneiro , 08/06/2006)