Desde o início desta semana, 80 trabalhadores recuperam os imóveis e a infra-estrutura existente na área de Charqueadas (RS) que irá sediar a usina termelétrica Jacuí 1, empreendimento de US$ 500 milhões para uma capacidade instalada de 350 Megawatts (MW), com geração de energia programada para 1º de janeiro de 2009.

“A montagem da usina está programada para setembro”, disse o presidente da Eleja SA, Júlio Magalhães, ao deputado estadual Valdir Andres (PP), ex-secretário de Energia, Minas e Comunicações, em reunião realizada nesta quarta-feira (7/7), na sede da empresa, em Charqueadas. Até o final de junho, outras 100 pessoas serão contratadas. “O ritmo de contratações será progressivo, atingindo mil vagas até o final do ano e alcançando até 3 mil empregos no auge da construção”, calcula o executivo. A alemã Siemens e a francesa Alstom serão as responsáveis pelas obras da usina – hoje 50% concluída.

Nesta quinta-feira (8/6), a Eleja SA assina contrato com a empresa Enge Bio, com o objetivo de cumprir todas as exigências ambientais do projeto. Magalhães ainda contou que uma empresa francesa manifestou interesse em instalar-se ao lado de Jacuí 1, com a intenção de aproveitar a produção diária de 250 toneladas de gesso.

O presidente da Eleja SA revelou também que os alemães da CCC Machinery, controladores da Eleja, já investiram 6 milhões de euros após a venda de 254 MW de energia, com R$ 289,2 milhões/ano, no leilão de dezembro do ano passado. “Os gaúchos, especialmente as comunidades do Baixo Jacuí, comemorarão o Réveillon de 2009 com um gosto muito especial, a concretização de um sonho de décadas, a conclusão de Jacuí 1”, comentou Andres.

Segundo o engenheiro alemão, Wilhelm Burg, diretor técnico do empreendimento, as cerca de 3 mil toneladas/dia de carvão que serão consumidas por Jacuí 1 virão da Mina Leão 2, em Minas do Leão, via rio Jacuí. Ele diz que 95% dos equipamentos adquiridos há mais de 15 anos estão aptos para serem utilizados. O engenheiro enfatiza que o projeto já executou 50% das obras civis (iniciadas em 1985) e 40% da parte de montagem, hidráulica e mecânica. O projeto já teve em torno de US$ 200 milhões aplicados em equipamentos.

Andres lembra que a CEEE comprou cerca de 25% da futura energia que será gerada por Jacuí 1 nos próximos 15 anos, no valor de US$ 2 bilhões, reajustado mensalmente com base no IPCA. A empresa pretende participar do 3º leilão de energia, previsto para setembro, para comercializar o restante da energia que será produzida pela usina (em torno de 50 MW).
Por Orestes de Andrade Jr, Ass. de Imprensa do Dep. Valdir Andres (PP), 07/06/2006.