Comércio de emissões é a melhor escolha para a economia Européia e para as metas de Kyoto
emissões de co2
2006-06-08
O esquema de comércio de emissões da União Européia (European Emission Trading Scheme - EU ETS) não causará perda
de competitividade e de empregos, segundo um novo relatório publicado pela WWF. Comparado com outros instrumentos
políticos que tem como objetivo alcançar as metas de Kyoto, o EU ETS é a opção mais barata e ainda pode surtir efeitos
positivos sob a competitividade.
A organização ambientalista WWF, imcumbiu o Centro de Pesquisas Econômicas Europeu (Centre for European Economic
Research, Alemanha) a analisar todos os estudos e modelos científicos disponíveis sobre os impactos do ETS sobre a
competitividade e o desemprego. A análise demonstra que a polêmica sobre os impactos do ETS levantada por empresas e
associações industriais, não possui justificativa. “A maior parte da polêmica levantada pelas indústrias sobre os impactos
negativos do ETS...são baseadas na falta de conceitos e de informação,” disse o presidente da Unidade Climática e de
Políticas Energéticas Européia da WWF, Stephen Singer.
Devido às obrigações formais da União Européia no Protocolo de Kyoto, “não fazer nada” não é uma opção. O relatório
demonstra que o comércio de emissões é o método regulatório mais efetivo financeiramente em comparação com outros
instrumentos políticos, como a cobrança de uma taxa ecológica. Se os países precisassem cumprir as metas de Kyoto sem
a possibilidade de participar em algum mercado de carbono, o resultado seria um aumento substancial dos custos.
Com relação ao impacto do ETS sobre o desemprego, o relatório indica que será praticamente imperceptível, mesmo sendo
comparado com cenários onde não há controle das emissões. Se os impactos econômicos do ETS forem comparados aos
impactos de outros instrumentos políticos que tenham como objetivo alcançar as metas de Kyoto, o relatório classifica o EU
ETS entre uma das melhores alternativas.
“Na pior situação, o impacto do ETS sobre o desemprego e sobre a competitividade são modestos, mas menores do que os
impactos de outras alternativas regulatórias para reduzir a poluição climática”, disse Singer. “Agora precisamos nos focar em
metas mais rígidas e mudanças estruturais para melhorar a eficiência geral do esquema. A princípio, um sistema cap and
trade como o EU ETS, é a medida mais econômica que nós possuímos para alcançar reduções consideráveis (das
emissões) de CO2 no setor industrial”. Com o seu imenso potencial inovador, a WWF acredita que o EU ETS pode ter dois
efeitos positivos, com um custo relativamente baixo: contribuição significativa para a redução das emissões de CO2, e
mudanças estruturais em vários setores, trazendo a Europa mias perto de um futuro low carbon.
(Por Fernanda B Muller, CarbonoBrasil, 07/06/2006)
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