Britânicos sofrem com severo racionamento de água
2006-06-07
A companhia Thames Water, responsável pelo fornecimento de água potável a oito milhões de pessoas em Londres e redondezas, foi orientada pelas autoridades britânicas a declarar, nesta terça-feira (06/06), o início de imediatas medidas de racionamento de água, devido à severa seca que atinge o país. Medida semelhante foi tomada pelas agências Southern Water e Mid Kent Water, que atendem cerca de 1,2 milhões de pessoas nas regiões de Sutton e East Surrey. Na segunda-feira, as duas companhias anunciaram uma série de medidas de contenção, como a proibição do uso "não-essencial" de água, que entra em vigor em duas semanas.
A Grã-Bretanha sofre com a pior seca das últimas décadas. Segundo autoridades locais, o sudeste do país tem menos disponibilidade de água por habitante do que algumas regiões do Sudão e do sul do Mediterrâneo. "Os níveis dos reservatórios de água aumentaram ligeiramente, mas as reservas subterrâneas e os cursos dos rios apresentaram preocupante diminuição", afirmou o Ministro do Meio Ambiente, Ian Pearson em um relatório. "É possivelmente a pior seca dos últimos 100 anos".
A escassez de água deve alterar significativamente a rotina e a economia das regiões mais afetadas. Milhões de pessoas deverão ser obrigadas a formar longas filas para conseguir água potável para o consumo e para o uso doméstico. Mas gramados secos, piscinas vazias e campos de golfe abandonados são apenas alguns dos problemas que a comunidade terá que enfrentar.
As donas-de-casa estão proibidas de usar mangueiras para regar os seus jardins ou lavar os seus carros. Empresas também estão sendo orientadas a usar baldes e esponjas na limpeza de suas frotas, sejam carros, ônibus, trens, aviões ou barcos. Firmas de lava-carros só poderão manter suas atividades se assumirem o compromisso de reciclar a água utilizada. Segundo o ministro, a idéia é adotar as medidas de racionamento de forma gradual, para minimizar os danos a qualquer tipo de negócio. Mas nem sempre isso é possível. Segundo a Associação Comercial de Horticultura, o racionamento de água custará cerca de US$ 565 milhões às empresas do ramo até o fim do ano.
(Globo Online, 06/06/2006)
http://www.jornaldomeioambiente.com.br/JMA-index_noticias.asp?id=10255