Experiências com a produção de alimentos sem o uso de agrotóxicos realizadas em assentamentos de reforma agrária do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) estão sendo apresentadas aos participantes do 2º Encontro Nacional de Agroecologia.
O evento, promovido pela Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), reúne na Universidade Federal de Pernambuco cerca de 1.800 pessoas de todo o país, incluindo agricultores, representantes de movimentos sociais, do Ministério do Desenvolvimento Agrário e de Organizações Não Governamentais. Eles debatem, entre outros temas, conservação e uso de recursos naturais, construção do conhecimento agroecológico e segurança alimentar.
De acordo com Denis Monteiro, do setor de produção do MST, a idéia do encontro nacional é mostrar a importância de um projeto de desenvolvimento para o meio rural que priorize a agroecologia. Ele destacou que uma das experiências bem sucedidas é a produção de sementes de mais de 100 variedades de hortaliças em áreas do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina.
Monteiro explicou que o acesso ao crédito e à assistência técnica são as principais dificuldades enfrentadas nos assentamentos do MST. Ele disse que o encontro pretende mostrar que a agroecologia é um caminho para organizar a agricultura brasileira. "Estamos elaborando um conjunto de proposições a serem reivindicadas a todas as instâncias do governo, para fomentar o desenvolvimento sustentável nas comunidades rurais, seja de acampamentos de reforma agrária, indígenas ou quilombolas", declarou.
A plenária de encerramento do encontro, que acontece amanhã (6) pela manhã, deve ter a participação do secretário de Agricultura Familiar, Valter Bianchini e do secretário de Desenvolvimento Territorial do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Heitor Oliveira. Eles irão ouvir os pleitos dos agricultores para que o governo federal dê mais apoio a agroecologia, técnica de produção de alimentos sem uso de substâncias nocivas à população e ao meio ambiente.
Por Márcia Wonghon,
Agência Brasi