Desde que chegou ao Brasil, na década de 30, a alemã
Faber-Castell desenvolveu uma sólida política ambiental,
reconhecida dentro e fora do país. As plantações de
pinus para a fabricação de lápis no município de Prata
(MG) são certificadas pelo Forest Stewardship Council -
FSC (Conselho de Manejo Florestal). A organização
não-governamental, com sede na Alemanha, atesta que os
parques florestais da Faber-Castell são manejados de
forma adequada pelos ângulos ambiental, social e
econômico.
No Brasil há em torno de 1,4 milhão de hectares de
florestas certificadas pelo FSC, distribuídas em 29
florestas naturais pertencentes a 17 empresas, seis
florestas nativas manejadas e 23 plantações. Em Minas
Gerais, a Faber-Castell participa deste universo com
uma área de quase 9 mil hectares, ocupados em 74% pelas
plantações para a fabricação de lápis e em 26% por mata
nativa preservada.
Para a produção de lápis, a empresa utiliza em suas
fábricas 100% de madeira plantada, com total
aproveitamento. A madeira e seus subprodutos não
utilizados nas fábricas são aproveitados na geração de
energia, como substrato orgânico para plantas ou na
fabricação de chapas de aglomerado. Até mesmo as cinzas
que resultam da queima de serragem para a produção de
energia têm destino certo: são aproveitadas como
fertilizante por empresas de paisagismo.
Ainda no país, estão certificadas mais de 150 Cadeias
de Custódia, extensas áreas do governo que são
reflorestadas por empresas privadas, e estes números
crescem a cada ano, demonstrando o interesse do setor
em se adequar aos princípios e critérios do bom manejo
florestal. O setor florestal gera 4% do PIB brasileiro
e responde por cerca de 8% das exportações.
Outra importante conquista da Faber-Castell foi a
obtenção do certificado ISO 14001, que comprovou o
sucesso empresa em aliar ecologia, qualidade e
produtividade. Além de ser um diferencial, o aval de
instituições reconhecidas internacionalmente auxilia
os consumidores a escolher produtos de empresas que
atuam em harmonia com o meio ambiente e cumprem a sua
responsabilidade social.
Os resíduos industriais são tratados e parte deles é
encaminhada à indústria de cimento. Papéis e copos
plásticos utilizados na indústria e escritórios são
enviados para reciclagem. Toda a água utilizada na
indústria é tratada e devolvida à natureza completamente
livre de impurezas. A Faber-Castell possui, desde 1992,
uma Estação de Tratamento de Efluentes, considerada
modelo pela Cetesb (Companhia de Tecnologia de
Saneamento Ambiental). A estação purifica toda a água
utilizada, que passa por um aquário de peixes antes da
devolução aos rios.
A Faber-Castell mantém várias iniciativas ambientais,
com destaque para os projetos Animalis, Arboris e
ECOmunidade, além de promover a conservação dos solos
e da qualidade das águas que cortam suas terras. Os
projetos promovem também a educação e conscientização
da comunidade quanto à importância de se preservar o
meio ambiente.
Flora
O passo inicial foi o projeto Pinus, iniciado em 1989
na região de Prata, envolvendo o plantio de florestas
para a produção de lápis e também áreas de reserva legal
e preservação permanente, compostas por cerrados,
veredas e matas-de-galeria. Após os primeiros anos de
plantio, a empresa começou a desenvolver estudos e
programas para garantir e desenvolver a base natural da
flora ainda existente em suas terras.
Os objetivos diretos do Projeto Arboris são recompor,
conservar e valorizar a flora nativa regional,
permitindo a regeneração natural de áreas com bom
potencial. Em áreas onde não é possível a recomposição
natural da vegetação, são plantadas árvores nativas
originais da região e relevantes para a fauna local.
O Projeto Arboris já plantou cerca de 40 mil mudas de
árvores nativas nos parques florestais, dando ênfase às
espécies frutíferas. As mudas plantadas desde 1999
recebem cuidados para que continuem a se desenvolver e
dar frutos. Também foi apoiado o plantio de árvores para
a formação do Bosque Municipal de Prata.
Parceria com o Instituto Estadual de Florestas (IEF) de
Minas Gerais também beneficia os produtores rurais, pois
oferece mudas de eucalipto para que eles possam ter,
dentro das propriedades, uma espécie alternativa para o
atendimento de suas necessidades, minimizando a busca
destes recursos nos remanescentes nativos.
Fauna
Outro projeto, batizado de Animalis, completou 12 anos
de monitoramento da fauna presente em todos os parques
florestais da empresa. Várias espécies de aves e
mamíferos em risco de extinção foram identificadas
dentro dos parques, evidenciando a importância de áreas
protegidas na preservação destas espécies.
O levantamento da diversidade e abundância de insetos
revelou o impacto positivo do trabalho que a
Faber-Castell desenvolve, tendo em vista que este
grupo de animais funciona como um bom indicador da
conservação da vegetação e também como fonte de alimento
para os animais. Este projeto vem ganhando destaque em
vários prêmios ambientais.
Diversas espécies que não estavam presentes nos
levantamentos iniciais agora fazem parte dos parques
florestais. E a população de espécies ameaçadas de
extinção vem crescendo, mostrando os resultados
práticos do programa.
Estudos realizados entre 1992 e 1993, na área do Parque
Florestal Salto e Ponte I, localizado no município de
Prata, revelaram a ocorrência de 145 espécies de aves e
27 espécies de mamíferos, inclusive algumas de alto
interesse científico. Destacam-se a presença de três
mamíferos (tamanduá-bandeira, cuíca e lobo-guará) e
quatro espécies de aves (ema, papagaio-galego, tucanuçu
e canário da terra), ameaçadas de extinção em Minas
Gerais.
O estudo tinha como meta inicial avaliar o estado da
fauna silvestre local, prioritariamente em relação à
população de mamíferos e aves. A preservação desta
fauna, em pequenos fragmentos de vegetação natural,
poderia funcionar como uma garantia da manutenção do
patrimônio genético de algumas espécies.
Levado adiante em parceria com a Universidade Federal
de São Carlos, no interior de São Paulo, o estudo
gerou propostas iniciais de manejo para a preservação e
aumento da diversidade de espécies silvestres, bem como
propostas específicas para algumas espécies raras ou
ameaçadas que vivem na região.
Com o passar do tempo, em convênio com a Universidade
de São Paulo (USP), foram feitos novos estudos mais
abrangentes, em termos de áreas, e comparativos com os
estudos prévios, estabelecendo um novo status da fauna
para aves e mamíferos, bem como a influência do
povoamento de Pinus, já em crescimento, na dinâmica dos
mesmos.
Adicionalmente, pretende-se acompanhar a riqueza,
diversidade e abundância de insetos nos diferentes
ambientes, tendo em vista que este grupo é muito
significativo para a vegetação e para os animais que
deles se alimentam. Este projeto não é uma iniciativa
isolada: faz parte de um grande trabalho ambiental da
Faber-Castell na região, onde investimentos na
conservação do solo, água, flora e conscientização
ambiental são levados em frente.
O Projeto Animalis, que representa apenas uma das faces
da preocupação ambiental presente nas atividades da
Faber-Castell, tem recebido o reconhecimento público nos
últimos anos, ganhando vários prêmios ambientais. Na
prática, a iniciativa resultou na manutenção de algumas
populações de animais, no aumento de outras e até no
surgimento, dentro dos parques da empresa, de animais
que não estavam presentes nos primeiros levantamentos.
Comunidade
O Projeto ECOmunidade mobiliza educadores, alunos e
comunidade da região de Prata em trabalhos e ações
sócio-ambientais. Seu objetivo é conscientizar a
comunidade da região onde estão localizadas as
plantações da Faber-Castell sobre questões ambientais,
despertar a prática da cidadania, promover valores e
ações "socialmente justas" e "ecologicamente prudentes",
e estímular a integração entre a empresa e a sociedade.
No ECOmunidade, a empresa procura sensibilizar as
pessoas sobre a importância do autoconhecimento e do
respeito mútuo como pontos de partida para a conservação
dos recursos naturais. O programa é levado em frente
pelos multiplicadores da Faber-Castell e possui um
estreito vínculo com a Secretaria de Educação do
Município de Prata.
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Gazeta Mercantil , 05/06/2006