Um grande acúmulo de poeira está se formando no norte da China, transformando porções de terra arável em deserto e causando tempestades de areia cujo impacto chega até o Pacífico, afirmou ambientalista. Lester Brown, do Earth Policy Institute, com sede em Washington, afirmou que a China está longe de controlar o problema que ele atribui ao uso excessivo da terra e à redução nas reservas de água subterrânea no país, cuja parte continental já é composta por deserto em um
terço do total.
"Há grandes áreas (na China) que já foram produtivas e que agora viraram deserto", disse Brown. "Isso representa a maior conversão de terra produtiva em deserto em qualquer parte do mundo". A China, que sofre com tempestades de areia na
primavera, aderiu a campanha para plantar bilhões de árvores e afirma que está diminuindo a taxa de desertificação, mas segundo Brown, o problema não está sob controle.
"Aqui e ali há projetos pilotos bem-sucedidos, mas em geral estamos longe de controlar a situação. Os
desertos estão se expandindo", disse ele. O número de pastos vem aumentando rapidamente desde que a China iniciou reformas econômicas no fim dos anos 70, e, com pouco controle, o número de ovelhas e cabras saltou para 339 milhões. Como termo de comparação, nos Estados Unido o rebanho não chega a 7 milhões de animais. Os rebanhos bovino, ovino e caprino aceleram a erosão do solo. Sem um processo de conservação do solo, a situação se precipita para a desertificação.
A desertificação, que autoridades afirmam gerar perdas diretas de US$ 6,7 bilhões por ano, é ampliada pelo
controle mal feito da água, disse Brown.
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Gazeta Mercantil/Reuters , 05/06/2006