Os 645 municípios do Estado de São Paulo produzem
diariamente mais de 27 mil toneladas dos mais diversos
tipos de resíduos, segundo dados do Inventário Estadual
de Resíduos Sólidos, da Cetesb.
Uma informação do relatório mostra um grave problema
ambiental e social: mais de 20% dos municípios
paulistas jogam seus resíduos a céu aberto, em ruas ou
lixões, e são classificados como em situação inadequada
pelo relatório.
Esse fato, associado à pobreza, faz com que muita gente
sobreviva de alimentos e materiais encontrados no lixo.
Seriam 15 mil pessoas no Estado de São Paulo, número
que não inclui os catadores autônomos ou organizados em
associações ou cooperativas.
Para discutir este assunto, será realizado, durante a
Semana do Meio Ambiente na Baixada Santista, o Seminário
Regional de Resíduos Sólidos - Instrumentos para a
Gestão Integrada e Sustentável. O evento começa amanhã
(06/06) e se prolonga até quinta-feira (08/06). Seu
objetivo é sensibilizar os gestores públicos para uma
nova forma de tratar a questão dos resíduos sólidos
urbanos com responsabilidade social e ambiental.
Espera-se a presença de representantes de 95 municípios,
profissionais, comunidade acadêmica, consultores e
outros especialistas.
Os participantes conhecerão experiências de diversos
municípios que desenvolvem ações que garantam a
inexistência de crianças direta ou indiretamente
envolvidas com a catação e triagem de materiais
recicláveis, além de sistemas adequados de segregação,
acondicionamento, coleta, transporte, tratamento e
disposição final de resíduos sólidos.
Outro aspecto que será abordado no evento é o processo
de gestão de resíduos sólidos compartilhada com todos
os segmentos envolvidos: prestadores de serviços,
ambientalistas, operadores, educadores e a sociedade
como um todo.
O Fórum Lixo & Cidadania do Estado de São Paulo
apresentará proposta de implantação de um fórum
regional para discussão permanente de ações destinadas
a garantir a melhoria das condições sociais das
famílias que vivem da coleta e transformação dos
recicláveis, além de soluções para problemas
metropolitanos do lixo.
No Brasil, existem pelo menos 43 mil crianças que
garantem a sua sobrevivência com o lixo. Esse número já
foi maior: em 1998, segundo pesquisa da Unicef, eram
50 mil.
(
Gazeta Mercantil , 05/06/2006