O Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) pretende
mudar a imagem da atividade mineradora no Brasil. Ao
assumir a presidência do órgão, no mês passado, em
Brasília, o executivo Paulo Camillo Vargas Penna
afirmou que seu objetivo é "desconstruir a imagem de
que o setor é predatório, poluidor e contrário aos
interesses nacionais e regionais".
Segundo Paulo Camillo, a atual imagem institucional da
atividade mineradora "não corresponde à realidade", já
que as empresas atuam dentro da legalidade, mas sofrem o
impacto negativo pelos danos à natureza causados pelos
que agem à margem da lei e do respeito ao meio
ambiente. O dirigente informou que as empresas
mineradoras avançaram consideravelmente em termos de
tecnologia de produção. "Estudos provam que onde há
intervenção das mineradoras, os índices de respeito ao
meio ambiente são mais elevados", disse.
"Para que a mineração se converta no caminho para
assegurar o desenvolvimento sustentável do país, é
preciso que o setor tenha total respeito e apoio da
sociedade. E isso só será factível se a sociedade tiver
acesso direto a informações corretas sobre a mineração e
sua contribuição para o crescimento nacional",
observou.
As estatísticas oficiais revelam que o setor responde
por 10,5% do Produto Interno Bruto Nacional (PIB) e
emprega 2,5 milhões de trabalhadores. As exportações de
minérios correspondem a 25% da balança comercial do
Brasil.
O novo presidente do Ibram destaca que o país adotou
uma falsa dicotomia entre as atividades econômicas
produtivas em geral e a preservação do meio ambiente. "O
que se vê é que, paulatinamente, ficam mais rigorosos
os padrões estabelecidos para a qualidade ambiental,
sem a real preocupação de avaliar as questões sociais e
econômicas da indústria para o país. É preciso
encontrar uma situação de equilíbrio, que atenda as
legítimas expectativas da sociedade e corrija
distorções que comprometem a competitividade presente e
futura da indústria nacional".
Espera-se que os segmentos de mineração e siderurgia
recebam investimentos da ordem de US$ 30 bilhões até
2010, segundo o Ministério de Minas e Energia. Desse
total, 42% seriam direcionados à siderurgia, enquanto a
mineração ficaria com 28%. Expansão da produção,
logística e pesquisa receberiam o restante.
De acordo com a ministra Dilma Rousseff, o governo tem
como meta expandir os levantamentos geológicos do
território nacional e melhorar os serviços da entidade
concedente, o Departamento Nacional de Produção Mineral
(DNPM). Além disso, ela destaca a recuperação do
crescimento da economia e as iniciativas do governo
federal para aumentar e melhorar a infra-estrutura.
(
Gazeta Mercantil , 05/06/2006