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2006-06-02
Uma estratégia a longo prazo contra o aquecimento planetário não deve consistir apenas em reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa, pois também são necessários planos de conservação e uso eficiente da energia, afirmam especialistas. Representantes de 165 países do Norte industrializado e do Sul em desenvolvimento, reunidos sexta-feira (26/05) em Bonn, concordaram quanto à necessidade de fixar novas metas para reduzir as emissões desses gases - resultado da queima de combustíveis fósseis e causadores da mudança climática, segundo a maioria dos cientistas - quando expirar o Protocolo de Kyoto, em 2012.

Por este acordo, 36 nações industrializadas estão obrigadas a reduzir, até essa data, suas emissões em, pelo menos, 5,2% em relação aos níveis de 1990. Entretanto, especialistas afirmam que isto não é suficiente e destacam a importância de as economias apelarem para recursos renováveis, como biogás, energias eólica e solar e o hidrogênio. Segundo estatísticas da União Européia, a demanda mundial de energia aumentará mais de 50% até 2030.

O “livro verde de dados 2006”, do Banco Mundial, diz que os países mais ricos utilizam 51% da produção energética do planeta e consomem, em média, 11 vezes mais energia por habitante do que as nações de baixa renda. “O livro mostra que os países com alta renda não economizam recursos suficientes para o futuro”, disse Laura Tlaiye, do departamento de Meio Ambiente da instituição. “Existe um forte sentido de urgência e um claro consenso de que não deve haver um intervalo depois de 2012, quando terminar o primeiro período de compromissos”, afirmou em uma declaração o secretário-executivo da Convenção Marco das Nações Unidas sobre Mudança Climática, Michael Zammit Cutajar, que presidiu a reunião de Bonn.

Os Estados Unidos, cujo governo considera o Protocolo de Kyoto muito caro para sua economia e por isso se retirou do convênio em 2001, consome cerca de 37% mais energia do que outros países ricos. Embora represente apenas 4,5% da população mundial, utiliza 25% dos recursos energéticos globais. A Índia, com 17% da população do planeta, consome apenas 3,2% da energia mundial, quase oito vezes menos do que os Estados Unidos. Entretanto, um relatório do independente WorldWatch Institute, com sede em Washington, diz que a situação muda rapidamente.

As economias da Índia e da China, com 40% da população mundial, crescem de forma acelerada. No ano passado, os chineses consumiram 26% do aço puro mundial, 32% do arroz, 37% do algodão e 47% do cimento, diz o relatório. Em conseqüência, estes dois países serão “centrais para que o mundo possa ter êxito em construir um futuro saudável, próspero e sustentável do ponto de vista ambiental para a próxima geração”, acrescenta.

Outro estudo, feito no Brasil, na China e na Índia, concluiu que, a menos que se acelere a colocação em prática de medidas para o uso eficiente da energia, estes três países, no mínimo, duplicarão suas emissões de gases causadores do efeito estufa até 2030, com graves impactos no clima e na energia globais. O diretor interino da Secretaria da Organização das Nações Unidas sobre Mudança Climática, Richard Kinley, afirmou que um dos assuntos mais importantes a ser definido é “o papel dos países em desenvolvimento (na prática mais sustentáveis), pois sobre isso não existe um verdadeiro consenso na comunidade internacional”.

Um problema com o Protocolo de Kyoto é que “os países em desenvolvimento esperam que as nações industrializadas demonstrem verdadeira liderança em reduzir suas emissões antes de aceitarem compromissos, enquanto o Norte defende a necessidade de mais ação por parte do Sul”, disse Kinley. A informação do Banco Mundial diz que as emissões de dióxido de carbono foram de 24 bilhões de toneladas em 2002 (último ano com dados disponíveis), 15% a mais do que em 1992. O “Livro Verde” do Banco diz que os países em desenvolvimento, particularmente China e Índia, estão gerando mais do que nunca gases causadores do efeito estufa, embora os Estados Unidos continuem sendo o maior emissor, com 24% do total.

“Os Estados Unidos mostraram um aumento (das emissões) de 16% desde 1990, e as projeções indicam que continuarão aumentando, a menos que sejam fixados limites”, disse à IPS o vice-diretor do não-governamental Conselho de Defesa de Recursos Naturais, Dan Lashof. Até agora, o governo de George W. Bush rechaçou as reduções obrigatórias e solicita às indústrias que voluntariamente adotem programas de redução. Contudo, “está claro que isto não funciona, nem funcionará no futuro”, disse Lashof. Porém, destacou várias iniciativas em níveis estadual e municipal nos Estados Unidos para promover o uso de energias renováveis e eficientes, bem como a aprovação de legislações para regulamentar as emissões, sobretudo nos Estados do nordeste.

Embora “o aumento (das emissões globais) esteja muito propagado” e já tenha causado graves conseqüências, incluindo “o aumento do nível do mar, fenômenos climáticos extremos e o derretimento de geleiras”, Kinley acredita que “o mundo está dedicado a reduzir as emissões dos gases que causam o efeito estufa. “O tipo de redução de emissões que se busca agora se aproxima dos 900 milhões de toneladas, acrescentou, se referindo ao Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) do Protocolo de Kyoto. O MDL permite a países industrializados investir em projetos de redução de emissões no Sul em desenvolvimento.

Um informe canadense, divulgado na reunião de Bonn, diz que 19 dos 36 países obrigados a reduzir suas emissões ainda não apresentaram informes demonstrando avanços, o que sugere que têm dificuldades para cumprir seus compromissos. A próxima rodada de conversações sob o Protocolo de Kyoto acontecerá durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, que será realizada em Nairóbi, entre 6 e 17 de novembro.
(Por Juliana Lara Resende, Envolverde, 01/06/2006)
http://www.envolverde.com.br/materia.php?cod=18019

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