ONGs protestam no Dia Mundial do Meio Ambiente
2006-06-02
Etidades ambientalistas do Rio Grande do Sul realizam uma passeata amanhã (sábado, 03/06) em alusão ao Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado na segunda-feira (05/06). A ação é organizada pelo Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais (Inga), com o apoio da Assembléia Permanente das Entidades de Defesa do Meio Ambiente do Estado (Apedema/RS), do Diretório Central de Estudantes (DCE) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e do Núcleo de Ecojornalistas (NEJ/RS). Amigos da Terra, Agapan, Movimento Roessler e Saalve já confirmaram presença.
A passeata festejará a data, mas também mostrará a indignação das ONGs frente ao governo do Estado. Com o slogan "A Paciência no Limite", resposta à campanha "A Vida no Limite" da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), as entidades pretendem chamar a atenção para o que elas consideram atuações falhas do poder público. Entre elas, a indicação da organização “Amigos da Floresta” para o Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema), contrariando uma resolução do próprio Conselho, e o plantio de árvores exóticas na região do pampa.
O filósofo e ativista do Ingá, Vicente Medaglia explica que as ONGs estão revoltadas pelo governo tê-las "boicotado" no Conselho, indicando uma entidades, segundo Medaglia, “não-ambientalista” para as cadeiras. "Essa questão é ‘o fim da picada’. O Consema agora ficou sem qualquer legitimidade porque não conta com participação da sociedade civil", afirma. De acordo com o ambientalista, o governo do Rio Grande do Sul não está comprometido com a questão ambiental, que sempre ocupa um papel secundário nas discussões.
A concentração da passeata está marcada para as 10h, na frente do Monumento do Expedicionário, no Parque da Redenção, em Porto Alegre. Já para quem sair do Vale do Sinos, o local de concentração é na Praça 20, no centro de Novo Hamburgo, às 9h. Os manifestantes seguirão pelo "Caminho dos Parques" até o Parque Marinha do Brasil, onde se encerrarão as atividades. Faixas, gritos de guerra e manifestações artísticas farão parte da caminhada, e haverá a distribuição de material informativo.
As ONGs pedem uma particularidade aos participantes: o uso de roupas verdes ou pretas. Enquanto o preto simboliza o sentimento de luto com o governo, o verde representa a esperança de que a questão ambiental esteja no foco das políticas públicas, segundo Medaglia.
Por Patrícia Benvenuti, 02/06/2006.