Contrato com banco japonês para a produção de etanol e biodiesel deve ser assinado até outubro
2006-06-02
O
contrato entre o governo brasileiro e o Japan Bank International Cooperation
(JBIC) para liberação de R$ 1,286 bilhão para a produção de etanol e biodiesel
no País deve ser assinado até outubro deste ano. A expectativa é de técnicos da
Secretaria de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura. O banco
japonês começaria a liberar os recursos a partir de abril de 2007, início do
calendário japonês. A liberação foi comunicada na última terça-feira (30/05) ao
ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, por representantes do JBIC.
O ministro Rodrigues participou do encerramento de reunião entre representantes
de vários ministérios com técnicos do JBIC. A partir de agora, disse ele, cabe
ao governo brasileiro discutir os projetos e a forma de repasse dos recursos
aos produtores, instituições de pesquisa e empresários interessados na
construção de usinas. Além da Agricultura, os ministérios da Fazenda, do
Desenvolvimento Agrário e da Indústria e Comércio Exterior estão envolvidos
nessa discussão.
Os recursos serão liberados para atender três tópicos: capacitação de
mão-de-obra, pesquisa e treinamento de produtores (R$ 86 milhões); abertura de
novas áreas para plantio de oleaginosas e cana-de-açúcar (R$ 520 milhões); e
instalação de fábricas de biodiesel no Nordeste (R$ 680 milhões). As liberações
serão feitas de acordo com a demanda dos brasileiros. De acordo com uma fonte
que participou na negociação, os juros dos empréstimos serão baixíssimos: de
0,75% ao ano a 2,25% ao ano. O prazo de pagamento é de 35 anos, com carência
mínima de 10 anos. Para instituições de pesquisa, a carência pode ser ampliada.
Rodrigues explicou o interesse do Japão em investir na produção de etanol e
biodiesel no Brasil. "A idéia central se prende a uma substituição das
importações do Japão: de produtos derivados do petróleo para produtos de origem
agrícola", afirmou.
Uma nova lei japonesa obriga a mistura de 3% de etanol à gasolina, o que
demandará 1,8 bilhão de litros por ano. O Japão quer garantir fornecedores.
Além da diversificação na dependência de combustíveis, os japoneses estão
preocupados com a questão ambiental.
Estadão, 01/06/2006.
http://www.estadao.com.br/agronegocios/noticias/2006/jun/01/198.htm