O presidente do Banco da Amazônia, Mâncio Lima Cordeiro, anunciou no Tá na Mesa da Federasul de ontem que a instituição oferecerá juros reduzidos para investimentos que preservam o ambiente. "Quem se preocupa com a natureza tem um custo maior, e a taxa reduzida é uma forma de compensar", disse, acrescentando que ainda está em estudo o percentual que será oferecido.
Outra novidade do banco é formatar linhas de financiamento de acordo com os interesses da região Norte. "Anteriormente, o cliente vinha buscar recursos e ele tinha de se adequar ao que tínhamos na prateleira", informou. Um exemplo é o crédito para financiar reflorestamento. Hoje, a instituição oferece linhas entre R$ 6 milhões e R$ 40 milhões, o que garante o plantio de até 10 mil hectares de floresta. Cordeiro explicou que a Amazônia pode garantir mais renda e riqueza para a região se for explorada de maneira racional.
Na avaliação de Cordeiro, a fiscalização nunca será suficiente para barrar a devastação. "O projeto de desenvolvimento aplicado até agora só trouxe pobreza para uma das regiões mais ricas do planeta", disse. Conforme estudos do banco, é possível multiplicar por três o rebanho de 50 milhões de bovinos na região sem desmatar ou prejudicar o ambiente natural.
O Banco da Amazônia, criado em 1942, tem 130 agências no país. No RS, funciona em Porto Alegre há 55 anos. Com investimento em informática no valor de R$ 180 milhões ao longo dos três últimos anos, a instituição se torna um banco múltiplo. "Queremos oferecer um leque completo de produtos e serviços aos nossos clientes."
Correio do Povo, 01/06/06.