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transamazônica
2006-06-01
Não é mais novidade alguma dizer que rodovia federal Transamazônica está intrafegável. Caminhoneiros de todos os estados brasileiros não conseguem sequer fazer seus veículos andarem por 20 metros diante do lamaçal e das crateras abertas em toda a extensão da rodovia. No município de Marabá, motoristas se deparam com verdadeiros lamaçais pela frente. Em determinados trechos são obrigados a contratarem jericos para puxar seus caminhões.

Quando a distância vai sendo vencida trafegando por uma rodovia, que já deveria ter parte asfaltada ou pelo menos trafegável, surgem os imprevistos. Uma mola quebra, estoura um pneu, o arranque do veículo emperra ou parte da carga desamarra e desaba sobre a lama que cobre a BR-230.

Essa é apenas uma das muitas facetas que a Transamazônica oferece aos motoristas que por ela trafegam diariamente observados por atoleiros, uma infinidade de buracos e desabamentos de elevações.

O que mais preocupa os motoristas é o fato de que são obrigados a entregar a carga em data estipulada pela firma que trabalham. Há carregamentos que saem de São Paulo com destino a Novo Progresso, Trairão ou Itaituba. Em determinadas vezes alteram o curso da viagem para entrarem pela Cuiabá/Santarém e descarregar mercadorias na terra santarena.

A dificuldade que os motoristas enfrentam no percurso que inicia em São Paulo, passando por outros estados, até encontrar a BR-230 é de dar medo. Francisco Canindé, um maranhense que trafega pela rodovia garante que seus amigos de profissão sabem que enfrentarão muitos perigos. " Nós todos sabemos que poderemos ser assaltados por grupo de assaltantes de estrada. E isso já se tornou comum na Transamazônica. Ou você cede á pressão dos bandidos, ou se dá mal (ser morto)", diz Canindé que já foi assaltado três vezes na BR-230.

Ser assaltado nas rodovias federais já não é nenhuma surpresa para quem vê ou lê o noticiário das principais cidades brasileiras. A segurança que o Departamento Nacional de Trânsito e Infraestrutura (Dnit) oferece aos profissionais do volante que trabalham nas rodovias deste país é a mais ínfima possível. Existe caminhoneiro que sai de sua casa, mas não sabe se voltará. Esse é o tipo de brasileiro que trabalha para sustentar sua família muitas das vezes formada por quatro ou cinco filhos mais a mulher.

A presença da Polícia Rodoviária Federal se faz mais ativa nas grandes capitais e nas grandes cidades. No Norte do Brasil, o policiamento da PRF é quase nenhuma. O governo Lula, quando assumiu a gestão do governo brasileiro, prometeu que envidaria esforços no sentido de que todas as rodovias brasileiras seriam fiscalizadas e isso não vem acontecendo. (O Liberal, 31/5)

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