Especialistas em gripe aviária condenam matança de pássaros
2006-05-31
Pássaros silvestres respondem por apenas parte da culpa pela disseminação de uma cepa letal do vírus da gripe
aviária, e especialistas dizem que eles não deveriam ser mortos em grandes quantidades, mas preservados para
estudo. Cientistas reunidos numa conferência sobre gripe aviária,em Roma, pediram que os países evitem os
massacres de aves, dizendo que apenas novas pesquisas poderão comprovar se o vírus H5N1 tornou-se endêmico nos
pássaros silvestres, o que levaria a epidemias periódicas pelo mundo.
"A mensagem é: não culpe os pássaros silvestres", disse o chefe do Serviço de Saúde Animal da Organização para
Agricultura e Alimentação (FAO) da ONU. "Não sabemos se os pássaros silvestres podem se tornar reservatórios de
longo prazo do vírus", disse ele. "Não apoiamos ações contra os pássaros, como matanças. Se os pássaros têm um
papel, a única resposta é monitorá-los".
A conferência reúne mais de 300 cientistas e especialistas em saúde animal de 100 países, para discutir o papel dos
pássaros silvestres e outras questões, na esperança de controlar a disseminação da doença e preparar uma resposta
para o caso de o vírus assumir uma forma contagiosa entre humanos. O pesquisador americano Robert Webster
lembra que outras epidemias do subtipo H5 da gripe aviária se mostraram letais para as aves de granja, mas
desapareceram ao contaminar a população silvestre. "Se esse vírus quebrar esta regra, teremos um grande problema",
disse.
(Ambiente Brasil, 31/05/2006).
http://www.jornaldomeioambiente.com.br/JMA-index_noticias.asp?id=10202