Os aficionados costumam dizer que, mais que um estilo musical, rock’n roll é atitude. É nesse espírito que se baseia um projeto que busca impulsionar ações voltadas aos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) em Ribeirão Preto. A idéia é aproveitar um dos maiores festivais de rock do interior paulista, o João Rock — que este ano espera reunir 35 mil pessoas — para estimular o público jovem a agir para ajudar o Brasil a cumprir as metas definidas pelos países da ONU.

A divulgação dos Objetivos do Milênio no festival marca o início da campanha “O que você faz para mudar o mundo?”, que pretende ampliar o conhecimento sobre as metas em Ribeirão Preto — nono município mais populoso de São Paulo e que, pela riqueza, é conhecido como Califórnia Brasileira. A iniciativa faz parte do projeto Levar os Objetivos do Milênio para as Comunidades, coordenado pelo UNV (Programa de Voluntários das Nações Unidas). Além de difundir as metas, o evento vai distribuir 7 mil preservativos, masculinos e femininos, ao público presente.

O festival, que este ano chega a sua quinta edição, reunirá algumas das principais bandas do pop-rock nacional. Na noite de sábado, 3 de junho, subirão ao palco montado no estádio do Comercial Rita Lee, O Rappa, Nando Reis, Charlie Brown Jr., Cachorro Grande e CPM 22.

Nos intervalos entre um show e outro, estão previstas atrações que visam chamar a atenção do público para as metas, conta Ana Renata Medeiros, voluntária que coordena o projeto em Ribeirão. Entre as atrações está a grafitagem de um painel de 32 metros quadrados que terá os Objetivos do Milênio como tema. “Até os músicos do Charlie Brown Jr. vão trazer dois grafiteiros, que ficarão desenhando durante o show”, diz Ana Renata.

Além disso, será transmitido um vídeo de 30 segundos sobre os ODM, feito por universitários. “Antes de cada artista entrar, terá um cronômetro com uma contagem regressiva de oito segundos, sendo que em cada segundo aparece um dos ícones dos Objetivos do Milênio”, destaca.

Essa “propaganda” dos Objetivos do Milênio no evento é estratégica para incitar os jovens a se mexer para construir um futuro melhor, afirma Ana Renata. “Eu penso que promover os ODM é uma questão de educação das crianças e adolescentes. Para chegar a esse público, nada melhor do que esse festival que fala a língua deles”, diz. Segundo ela, a campanha foi toda planejada de forma a aproveitar os “espaços livres” do festival. “Foi tudo feito sem produzir nenhum lixo adicional. A contagem regressiva já existia, nós só colocamos os ícones. Aproveitamos o verso da embalagem dos preservativos, que estava em branco, para estampar o sexto objetivo. As faixas de cabeça, que terão o logo dos ODM, também foram distribuídas em edições anteriores”, ressalta a coordenadora do projeto. (PrimaPagina)
Por Alan Infante
(Envolverde/Pnud)