Os servidores federais do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que entraram em greve na sexta-feira passada, estiveram reunidos em assembléia na manhã de segunda-feira (29) e decidiram parar todo o serviço relacionado à terra indígena Raposa Serra do Sol.

Segundo a representante do comando de greve em Roraima, Edilamar Dantas, foram suspensos os pagamentos e qualquer outro serviço que estava sendo prestado pelo Incra junto aos donos de propriedades daquela região.

Segundo Edilamar, mesmo com a categoria aderindo à greve nacional, os servidores que estavam trabalhando na reserva ainda não tinham aderido ao movimento. A greve atinge todos os trabalhos relacionados à reforma agrária.

Na reunião ocorrida ontem todos decidiram paralisar geral, por tempo indeterminado, assim como ocorre nos outros Estados da Federação. Somente os servidores de cargo comissionado estão trabalhando.

Na manhã de ontem, os servidores também estiveram reunidos com parlamentares que possam atuar junto ao Governo Federal em busca de solução para o problema.

Com a greve também estão paralisados os serviços de fiscalização, os atendimentos na Sala do Cidadão, a emissão de documentos que facilitem o acesso a linhas de crédito para os produtores rurais, entre outros.

Edilamar informou que a possibilidade de o presidente Lula da Silva vir a Roraima no dia 2 de junho reforçou o movimento no Estado, pois será a oportunidade para que o presidente conheça a situação destes trabalhadores e suas reivindicações.

“Vamos aguardar o presidente Lula e tentar chegar a um consenso para suspender a paralisação, mas tudo vai depender de um aceno positivo por parte dele ou vamos continuar com o movimento até conseguir uma resposta positiva”, ressaltou.

Reivindicações – Desde o dia 4 de maio, o movimento grevista dos servidores representados pela Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) ganhou reforço dos servidores em nível nacional. O único Estado que ainda não havia aderido à greve era Roraima.

A paralisação destes órgãos por tempo indeterminado é resultante do não cumprimento de acordos de greves passadas. A categoria reivindica a reestruturação da carreira e o resgate da paridade entre ativos e aposentados.

Com esta paralisação no Incra, ficam comprometidos todos os processos que geram a política de assentamento de terra do governo. Com a greve no setor está paralisada a Reforma Agrária em todo o Brasil.

(Folha de Boa Vista, 30/5)
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