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2006-05-30
Nada de fogo e motosserras: os hotspots, áreas do planeta ao mesmo tempo megadiversos em espécies e sob ameaça, podem sumir por causa do nitrogênio que se acumula no solo e no ar. Um grupo de pesquisadores de universidades e institutos de diversos países analisou o impacto do elemento apenas nessas áreas. O resultado assusta: em 2050, o nível de nitrogênio em 33 dos 34 hotspots do mundo será mais do que o dobro do registrado na década de 1990.

Tem mais: 17 deles estarão com 10% a 100% de sua área exposta a um índice comprovadamente perigoso, de mais de 15 quilos de nitrogênio por hectare por ano, que pode provocar a redução da biodiversidade, começando pelas plantas. Um dos locais que mais correm risco é a mata atlântica.

Hotspot é um conceito criado pela ONG Conservação Internacional para determinar alguns pontos do planeta que guardam 50% das espécies de plantas e 42% de animais (muitas endêmicas, ou seja, somente encontradas lá) em apenas 2,3% da superfície do planeta.

Por isso, conservá-los é uma das estratégias discutidas entre os ambientalistas "conformados", aqueles que tentam salvar uma amostragem de biodiversidade, mas sabem que é impossível manter todas as árvores em pé. Há pelo menos 15 anos se reconhece o nitrogênio como um dos maiores vilões da perda da biodiversidade, com base em estudos feitos no Hemisfério Norte - ele só perde para alterações do solo e mudanças climáticas. Mas quanto exatamente os hotspots perdem não se sabe, explica o líder da pesquisa, Gareth Phoenix, da Universidade de Sheffield (Grã-Bretanha). Isso porque ainda não há estudos suficientes para determinar o quão sensíveis são essas áreas.

O biólogo José Maria Cardoso da Silva, vice-presidente de Ciência da Conservação Internacional, reconhece o mesmo problema. "Estudos em uma escala local precisam ser feitos para se ter uma idéia clara de como esses ecossistemas reagem à deposição de nitrogênio. Somente com isso poderemos ter uma idéia de como enfrentar esse problema no futuro", afirma. "É mais um item na crescente agenda de assuntos prioritários para pesquisa ambiental."

REGRAS
Numa primeira olhada, o novo estudo é só mais um exemplo de como é importante conservar os hotspots. Só que o problema é ainda maior. A pesquisa mostra que o nitrogênio é um problema não apenas dos países ricos, como acontecia 20 anos atrás - afinal, foram eles que deram início às revoluções agrícola e industrial, que, por sua vez, elevaram a liberação de nitrogênio na terra (na forma de fertilizantes) e no ar (como gases emitidos pelas fábricas).

A maioria dos hotspots está concentrada em países em desenvolvimento, que passam por processos de mecanização no campo, com predomínio de monoculturas, e industrialização. O Brasil, por exemplo, emitiu 550 mil toneladas de óxido nitroso em 1994, segundo o único inventário feito no País de emissões de gases do efeito estufa.

Alguns países pobres já estão entre grandes emissores de nitrogênio. Ao mesmo tempo, eles não têm marcos regulatórios severos para contornar o problema. "Na Grã-Bretanha, por exemplo, vemos um começo do declínio de depósitos de nitrogênio, porque as regulamentações levaram a indústria a emitir menos. Só que muitos países podem não aplicar tais regras. Na verdade, muitos países podem considerar que a pressão econômica é muito alta para aplicar tais regulamentações", diz Phoenix.
(Por Cristina Amorim, O Estado de São Paulo, 25/05/06).
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