Sadia depende de caminhões-pipa para manter produção em Santa Catarina
2006-05-30
O final de semana de céu azul e temperatura amena foi considerado
"tempo ruim" nos 16 municípios do Alto Uruguai, uma das microrregiões do
Estado mais atingidas pela seca, que iniciou ainda em dezembro do ano
passado. Até mesmo em cidades que não haviam registrado problemas nas
últimas semanas, a situação se agravou. Em Concórdia, por exemplo, a Sadia,
maior empresa do município, volta hoje a captar água no lago da
hidrelétrica de Itá, com 15 caminhões-pipa, para manter a produção.
Nos últimos 60 dias, de acordo com a estação agrometeorológica da
Embrapa Suínos e Aves, de Concórdia, a quantidade de chuvas chegou a apenas
81 milímetros no Alto Uruguai. Normalmente, nesta época do ano, a
precipitação pluviométrica chega a 350 milímetros. Como o frio chegou mais
cedo em 2006, os efeitos da seca ficaram menos aparentes a partir de
abril. "Estamos vivendo uma seca verde. Parece que não falta água, mas as
fontes de água estão com vazão muito baixa", disse o vice-prefeito de
Concórdia, João Girardi.
A Sadia já dependeu dos caminhões-pipa neste ano para continuar
trabalhando. "Na semana passada, as duas lagoas da empresa chegaram a um nível
de alerta. Na sexta-feira, a direção da empresa decidiu voltar a
contratar caminhões-pipa como medida preventiva", explicou, ontem à tarde, o
assessor de comunicação social da Sadia Concórdia, Gilmar Monticelli.
A Casan de Concórdia também reforçará hoje o alerta a respeito da queda
na oferta de água. O rio Jacutinga, que abastece a cidade, também
apresenta nível bem abaixo do normal. Segundo o gerente local da Casan,
Norberto Farina, se não chover forte nos próximos 15 dias, não está
descartada a adoção do racionamento. Já as cidades de Presidente Castello
Branco e Peritiba estão em situação ainda pior e devem adotar o
racionamento ainda nesta semana.
A Notícia, 29/05/06.
http://portal.an.uol.com.br/2006/mai/29/0ger.jsp