Edição brasileira da The Ecologist completa cinco anos
2006-05-29
Desde 2001 o movimento ecologista gaúcho vem abraçando a difícil
tarefa de publicar a edição brasileira da revista The Ecologist, uma
referência mundial do pensamento e ativismo ecológico. O esforço,
capitaneado pelas ativistas Vanéte Farias Lopes e Rejane Maria Ludwig
e apoiado por várias entidades, abre um espaço qualificado de debate
sobre as mais complexas questões da atualidade como trangênicos, clima
e pobreza.
Fundada em 1969 em Londres por Edward Goldsmith e um grupo de
pesquisadores e ativistas do movimento ecologista europeu, a revista
britânica hoje é praticamente uma rede, com edições em 10 países,
incluindo o Brasil.
Por aqui, a primeira tradução foi feita por Sebastião Pinheiro em
1999, que verteu para o português a edição monográfica sobre a
Monsanto e os riscos da tecnologia de modificação genética de sementes.
Foram impressos 18 mil exemplares com um texto de José Lutzenberger
encartado.
Em 2001, Lutzenberger trouxe para o Brasil a edição sobre A Crise do
Clima e então Vanéte e Rejane, que editavam o jornal da Associação
Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan) assumiram a tarefa de
coordenar a tradução e impressão da revista. Já foram feitas 13 edições
brasileiras, que além das traduções trazem textos e artigos de autores
brasileiros.
A revista costuma ser de quatro edições anuais, uma a cada estação do
ano. A edição brasileira, no entanto, não consegue manter essa
periodicidade, uma vez que é feita com recursos de doações de
entidades ecologistas gaúchas e da venda de exemplares em eventos e
outros espaços como a feira de produção ecológica da Coolméia –
Cooperativa Ecológica.
“A gente considera um milagre brasileiro”, diz Vanéte, contando que
receberam apoio do dos fundadores da revista para impressão em apenas
duas ocaisões. Segundo as duas editoras, o apoio das entidades
gaúchas é irregular e a busca por patrocínio é difícil, pois o grupo
internacional é bastante criterioso nesse aspecto, preterindo empresas
poluidoras em geral, transnacionais e fontes ligadas a transgênicos e
agrotóxicos.
Apesar de serem reconhecidas pelos pares como as responsáveis pela
árdua tarefa de manter esse importante veículo ecologista, as
ativistas preferem creditar o trabalho ao movimento ecologista gaúcho
como um todo. “É um esforço coletivo que a gente só organiza”,
afirmam.
Não há versão digital da revista disponível, mas os exemplares,
impressos em papel produzidos sem a utilização de cloro, estão à venda
quase todos os sábados de manhã na feira da Coolméia, na Avenida José
Bonifácio, em Porto Alegre. O contato da edição brasileira é através
do correio eletrônico arma.zen@terra.com.br.
Por Gisele Neuls, EcoAgência, 26/05/06
http://www.ecoagencia.com.br/index.php?option=content&task=view&id=1626&Itemid=2