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2006-05-29
Maior complexo lagunar de água salgada do mundo e um dos pólos turísticos do litoral fluminense, a lagoa de Araruama (Região dos Lagos) está no CTI, dizem ambientalistas. A lagoa recebe entre 800 e 1.000 litros de esgoto por segundo, mas só 50% são tratados. Com isso, cai a qualidade da água, antes azul e cristalina, hoje escura e com mau cheiro.

A água da lagoa tem levado quase um ano para se renovar com a do mar, o que causa o desaparecimento de peixes e de outras espécies aquáticas.

Para piorar, a ocupação desordenada intensifica o assoreamento do fundo da lagoa, que passou a correr risco de, daqui a algumas décadas, ser dividida em outras sete.

Com 220 km2 de extensão, a lagoa de Araruama banha seis cidades: Araruama, Saquarema, Iguaba Grande, São Pedro da Aldeia, Arraial do Cabo e Cabo Frio. Vivem na área 300 mil pessoas, montante que, no verão, triplica com o turismo.

Um dos principais defensores da lagoa, Arnaldo Villa Nova, 62, presidente da ONG Viva Lagoa, disse que a situação era ainda pior no ano passado, quando nada do esgoto despejado na lagoa era tratado.

Segundo ele, só em 2005 as duas empresas privadas responsáveis pelo abastecimento de água e saneamento da região --a Prolagos e a Águas de Juturnaíba-- colocaram em funcionamento três estações de tratamento de esgoto, apesar de operarem desde 1998.

Quando o serviço foi privatizado, as duas empresas aumentaram o abastecimento de água nos municípios, o que provocou crescimento na produção de esgoto em quase três vezes.

A ampliação do sistema não foi acompanhada de medidas de proteção ambiental, já que, pelos contratos, as firmas só teriam a obrigação de construir estações de tratamento a partir de 2025.

A lagoa entrou em acelerado processo de degradação, que só começou a ser minimizado com a construção das estações de tratamento.

Valas negras
Pelo menos 150 manilhas ou valas jogam esgoto sem tratamento na lagoa, formando as línguas negras nas praias. Antes de 2000, diz o ambientalista, as águas da lagoa eram azuis, cristalinas e tinham visibilidade de até seis metros no fundo.

A falta de oxigenação é um dos fatores mais preocupantes. Com o assoreamento do canal de Itajuru, em Cabo Frio, única ligação entre a lagoa e o oceano Atlântico, a água demora quase um ano para ser renovada.

E o problema está longe de ser resolvido. Em 2003, foi instalada no canal uma draga para retirar detritos. Entretanto, segundo Villa Nova, o trabalho é sempre interrompido por falta de recursos. Hoje está parado.

Uma das conseqüências da falta de renovação da água é o desaparecimento de espécies na lagoa, o que prejudica a pesca. Os camarões, por exemplo, não apareciam na lagoa havia 20 anos. No ano passado, com o pouco da dragagem que foi feita no canal, houve uma retomada, mas muito inferior ao passado.

"Antigamente, pescávamos por mês de 4.000 a 5.000 toneladas de camarão por mês. No ano passado, conseguimos de 30 kg a 40 kg. Hoje, só dá tainha", declarou o pescador Paulo Roberto de Souza, 52.

Espécies tradicionais em outras épocas raramente são achadas. Por causa da decadência, muitos pescadores abandonaram o barco e tentam a vida na construção civil, coleta de lixo ou transporte alternativo.

Outro problema citado pelos ambientalistas é que, apesar de conseguir tratar o esgoto, as estações de tratamento seguem atirando alta quantidade de nitrogênio e fósforo, o que favorece a proliferação de algas.

Invasões
A vida na lagoa também está sendo comprometida por invasões e ocupação desordenada na região da APA (área de proteção ambiental) em Praia Seca, distrito de Araruama.

Sem fiscalização, casas e barracos são erguidos exatamente no manguezal da lagoa e destruíram parte da vegetação que servia como cinturão para evitar a entrada de sedimentos e areia das dunas na água.

Sem a proteção, aumenta a formação de bancos de areia. Se isso continuar, afirmam os ambientalistas, a lagoa poderá se dividir em várias partes.
Por Mario Hugo Monken, Folha de S.Paulo, 28/05/06.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u122110.shtml

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